segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Estamos nos aproximando do final de mais un ano e o desejo de que o blog pudesse de alguma forma ser útil as pessoas parece estar se confirmando. Desejamos a todos os leitores felizes votos e um próximo ano de muito crescimento, principalmente de crescimento pessoal.

Reafirmamos que este blog tem por objetivo se tornar um espaço de contato, onde os leitores podem fazer sugestões, comentários e enviar perguntas, como já tem ocorrido. É importante esse tipo de retorno, pois possibilita conhecer quais os interesses dos leitores e orientar os textos nesse sentido.

Aproveito também para informar que devido ao período de férias os textos no blog podem ficar mais espaçados, mas por uma boa causa. Esperamos que a partir de março seja possível começar a postar textos também em francês…

E fiquem atentos, pois o livro “Do Século das Luzes” tem previsão de lançamento para final de janeiro.

Agradeço a companhia de todos.

Boas Festas

Rafael

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FRASES DE CHICO XAVIER

Ninguém quer saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos no mundo; o que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo.

 

O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte.

 

Nem Jesus Cristo, quando veio à Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém. Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos.

 

Se as críticas dirigidas a você são verdadeiras, não reclame; se não são, não ligue para elas.

 

Não exijas dos outros qualidades que ainda não possuem. A árvore nascente aguarda-te a bondade e a tolerância para que te possa ofertar os próprios frutos em tempo certo.

 

BOAS FESTAS…

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

LANÇAMENTO – EM BREVE

 

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A obra Do Século das Luzes é uma narrativa romanceada que procura transmitir ao leitor um panorama do século XVIII, enfatizando os acontecimentos históricos que serviram para preparar os caminhos para o estabelecimento da Doutrina dos Espíritos mais tarde. A obra concentra-se na vida de Jean d’Oberville, personagem de nome fictício, que descobre vivendo em um lar para órfãos sinais evidentes de mediunidade.

A narrativa nos convida não somente a reflexões sobre os costumes e preconceitos da sociedade do século XVIII, que podem ser facilmente transmitidos ao século atual, como também nos motiva a um passeio pelas transformações no campo do pensamento que marcaram indelevelmente a história da humanidade. A liberdade alcançada pelo pensamento iluminista e o surgimento do magnetismo como ciência são a causa que motivaram a redação deste romance. Que nos descortina que a Doutrina Espírita foi um processo gradual e rigorosamente planejado. Este livro é uma homenagem aos indivíduos anônimos que promoveram a verdadeira Revolução das Luzes.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A FÁBULA DO PORCO ESPINHO

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha: ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.

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Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.

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Moral da História

O melhor   relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

DEPENDÊNCIA

Percebemos que as pessoas envolvidas em suas perturbações íntimas adotam costumeiramente duas possibilidades de entendimento para suas dificuldades. A primeira e prejudicial, é encarar seus problemas como uma injustiça do destino, obra a cargo da vontade de Deus. A segunda possibilidade é enfrentar seus medos de frente, se possível encarando-os como oportunidades de crescimento, e dividindo esse crescimento com aqueles que se encontram próximos de nós.

Uma das grandes dificuldades presente em todos nós é a dependência. Extremamente prejudicial a nossa tranqüilidade íntima.

Alguém que depende demasiadamente de outra pessoa, seja de ordem física ou moral (necessidade de aprovação), tende a abrir mão de sua personalidade para não se sentir desamparada. Crê-se incapaz de caminhar com as próprias pernas.

A sensação de solidão, o fato de sentirmo-nos ainda sozinhos no mundo, é uma característica inerente ao nosso atrasado estado evolutivo. Não conseguimos observar a obra de Deus que concorre para o nosso crescimento, nos amparando a cada instante, e por isso nos imaginamos fora do lugar onde acreditamos que deveríamos estar.

Jesus, o terapeuta maior, nos mostrou esta característica humana, quando teve também seu momento de incertezas (Pai porque me abandonastes?). Não que Jesus apresentasse está dúvida, mas ele na condição de espírito encarnado, demonstrava ali, naquela atitude, para todos que conseguissem perceber, sua proximidade com os demais seres humanos. Deixava claro, que estava ele na Terra sob a condição humana para demonstrar que tudo que vivenciava era também possível de ser alcançado por nós, espíritos mais atrasados. Alertando aos seres que a paz de espírito era também possível a todos, se seguíssemos seus exemplos, se iniciássemos a nossa busca pessoal e intransferível.

A solidão, que nos faz por vezes imaginarmo-nos abandonados, sem rumo, provoca-nos a insegurança. Tornando-nos demasiadamente dependentes. Essa insegurança nos acarreta sofrimentos atrozes. Por diversas vezes buscamos sufocar a nós mesmos, nossos ideais, nossas expectativas, nossas esperanças para o desenrolar da vida. Tudo para não nos sentirmos desprotegidos e desamparados daqueles em quem excessivamente nos escoramos.

Convencionemos para melhor exemplificação a imagem de um relacionamento, dividido por um individuo orgulhoso e egoísta de um lado, e de um indivíduo inseguro e dependente de outro lado.

Aquele que se sente inseguro e, portanto dependente da aprovação do outro na busca de uma sensação de conforto, insuflaria a vaidade e o egoísmo de seu companheiro por demonstrar-se muito apegado a sua pessoa. Já o indivíduo orgulhoso (vaidade é muito semelhante ao orgulho) tornar-se-ia, pela excessiva valorização por parte do companheiro, um indivíduo a cada dia mais egoísta, crendo-se possuidor de qualidades superiores que em realidade não possuiria. Ambos abasteceriam suas imperfeições mutuamente. Até o instante em que a convivência tornar-se-ia insuportável, e ruindo o relacionamento se lhes descortinaria um novo panorama.

Mesmo observando uma situação como a acima descrita, podemos perceber a inteligência divina atuando. Os dois companheiros exercitariam no convívio diário as desilusões e exigências de uma relação de dependência mútua. A cada dia teriam, nas novas situações, oportunidades para aprender com os próprios erros, os desenganos seriam as ferramentas que possibilitariam o descortinar de uma nova visão íntima na busca do equilíbrio existencial.

A dependência nos torna seres inseguros diante da vida. Apego demasiado a familiares e amigos, dogmas e situações, nos limitam a verdadeira compreensão da vida. Lidar com estes apegos é algo de extrema dificuldade, e ninguém imaginaria que pudesse ser diferente. Somente através de um processo natural de harmonização com a vida, processo este de descoberta interior, poderá o espírito compreender que todos possuem a mesma origem. Pertencemos todos a uma mesma família. Se a vida não finda com a morte do corpo, então certamente estaremos sempre ligados uns aos outros pelos estreitos laços de afeição ou ódio que cultivarmos.

Todos nós já desencarnamos e reencarnamos por diversas oportunidades, não recordamos na maioria das vezes é verdade, mas já o fizemos. Segundo esse pensamento já sentimos a perda de entes queridos em diversas outras ocasiões, assim como também já fizemos com que outros lastimassem a nossa passagem de plano. Nos encontramos, cada um de nós, em momentos muito particulares na escalada evolutiva. E isso faz com que por diversas vezes venhamos a necessitar seguir por caminhos diferentes dos daquelas pessoas aos quais nos afeiçoamos. Porém sem jamais estarmos distantes se a afeição que nos move for realmente sincera e ligada ao verdadeiro amor. Todos somos irmãos, se alguns momentaneamente distanciam-se de nossas vidas, outros se aproximam, porque nunca estamos totalmente sós. Somos seres de relação.

Admiramo-nos muito com a beleza da lei divina, que concorre para o perdão incondicional das dívidas do passado. Em grande parte das situações, aqueles seres por quem lastimamos hoje a partida, foram em existências recuadas um adversário a quem desejamos mal ou procuramos conduzir a ruína. Fatos como esses provam a nós todos, que o perdão é possível, que as dívidas podem ser resgatadas, e que o amor cobre a multidão dos pecados.

Mais uma vez a dependência, imperfeição do espírito que nos leva a insegurança e conseqüentemente ao sofrimento, surge esplendorosa como mais uma prova do amor de Deus por nós. É a lei harmoniosa da vida nos fornecendo recursos para o despertar de nossas consciências. Transformando os seres humanos em irmãos pelas vias solidárias da dor.

 

São Leopoldo, 28 de abril de 2004.

Josefina

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ECTOPLASMIA (5)

ESCLARECEMOS QUE O PROCESSO DA ECTOPLASMIA revelando o aparecimento de um ser humano (Espírito envolto no ectoplasma) não representa exclusivamente a vestidura com ATP. Haveria na massa ectoplásmica, em sua constituição, pelo alto teor de energias que carrega consigo, outros elementos orgânicos das próprias células ou mesmo substâncias arrecadadas na natureza, em específicas reações químicas às expensas de equipes espirituais que participem do processo.
Chepelle descobriu que o mecanismo de emissão de luz dos pirilampos (vaga-lumes) estaria ligado a uma enzima, a luciferase, quando oxidada pela luciferina. Neste mecanismo, não haveria participação ativa do ATP celular? Não existiria, neste processo, uma correlação, pela reações afins, de doação de energias embora em degrau bioquímico diverso, com a mecânica da ectoplasmia?
Na ectoplasmia, a bioquímica seria mais avançada, e deverá existir uma participação toda especial das camadas profundas do psiquismo do doador, sem que a vontade e o raciocínio da zona superficial ou consciente possam interferir. Isso não quer dizer que a zona do inconsciente ou espiritual do doador ou médium seja a responsável pelo processo ectoplásmico, mas uma zona orientadora dos mecanismos psicológicos e parapsicológicos.
Só haverá ectoplasmia de um ser humano quando o campo inteligente do agente psi-theta, ou campo espiritual, comandar o processo. O inconsciente ou psiquismo de profundidade do médium dirige o seu próprio metabolismo e quimismo, mas nunca a moldagem externa do objeto. A substancia ectoplasmica, ao definir a morfologia humana, terá que sofrer a influência orientadora dos vórtices inteligentes do agente modelador que, de acordo com a necessidade e possibilidade, traduziu o processo de modo parcial ou total, a fim de atingir a sua finalidade.
As variedade de ectoplasmia são inúmeras e com tonalidades especificas. Existem moldagens tão marcantes da parte do doador (médium) que o campo modelador não consegue efetivar com precisão as suas próprias características, mostrando semelhança com o corpo do médium; é como se o médium reforçasse o mecanismo com substância pré-moldada, isto é, como se o seu corpo astral (matéria orgânica especifica irradiante) fosse projetado na massa ectoplasmica em processamento. Isso tem criado muita celeuma quanto à validade do processo. Aqui não cabe a discussão do problema.
Além das variedades parciais ou totais, a ectoplasmia poderá ser opaca ou luminosa. Neste último caso, pela iluminação da forma em exposição devido à queima do fósforo, será apreciada com detalhes, pela nossa visão, a aparição. Sabemos que os processos de ectoplasmia, em sua maioria, necessitam da ausência de luz branca para a sua realização; esta como que desorganiza o processo, o que não acontece com a faixa luminosa do vermelho, até recomendado nas câmaras de ectoplasmia.
Concluindo, a ectoplasmia encontraria no ATP das células umas das substâncias específicas paras as próprias moldagens. E estas só seriam possíveis com a presença do campo-organizador-orientador do agente psi-theta ou Campo Espiritual.

Autor: Jorge Andréa (médico psiquiatra) – Extraído da revista Espiritismo e Ciência nº 13.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

DIZER A VERDADE

O que temeis? Acaso não sabes que a verdade é sempre a melhor companheira dos justos?

Há circunstâncias na vida que falar a verdade pode nos causar situações desagradáveis, entretanto, falseá-las acarreta conseqüências que se escondem sob o delírio das sombras. Não estamos vivos para sermos unanimidades, sequer possuímos a força para enfrentar nossas próprias dificuldades íntimas. Porém, aquele que se torna justo aos olhos de Deus conta sempre com uma inspiração amiga, que se não pode privá-lo das dificuldades o auxilia a enfrentá-las.

A sabedoria e a misericórdia dão ao homem o direito de amenizar o peso da verdade na vida alheia, atenuando o mal que poderíamos fazer por imaturidade. Valendo-se de subterfúgios para falsear pisamos sob terreno movediço, e ao qual jamais conhecemos a verdadeira profundidade, não sabendo, portanto, até onde podemos afundar.

Ante a dúvida em como proceder, tranqüiliza teu coração e lança o pensamento em prece ao Criador. Confia na inspiração que lhe chega aos ouvidos da alma. Uma petição em prol da verdade jamais fica sem uma justa resposta.

Rabelais

10.06.2009

domingo, 1 de novembro de 2009

VÍNCULOS SOCIAIS

Vivendo isoladamente o ser humano não tem oportunidades de vivenciar a tolerância, a paciência e o respeito pelas opiniões que divirjam das suas. Por esse motivo o ser humano carece de vínculos sociais. Como acontece em grupos familiares onde em muitas ocasiões desafetos se atraem mutuamente para o convívio doméstico. Ou ainda, grupos selecionados conforme os interesses comuns, mas de qualquer forma, o ser humano avança tendo que aprender a lidar consigo mesmo em meio ao convívio social.

Não é de se estranhar, portanto, que ocorram atritos quando estamos em algum grupo. A convivência constante nos faz conhecer as manias uns dos outros. Por vezes, como isso nos incomoda, e se não soubermos administrar pode crescer ao ponto de se tornar um constante aborrecimento. A grande pergunta que devemos fazer é o que existe por detrás dessas constantes divergências em grupo?

Certamente não faltaram aqueles companheiros mais ousados que num ágil exercício intelectual buscaram respostas nas vidas pregressas, por vezes projetando total responsabilidade nessas circunstâncias. Essa terceirização de responsabilidades nos faz dissimular a iniciativa que devemos tomar no sentido de transformar a nós mesmos perante situações que nos aborreçam.

A pergunta mais apropriada a ser feita seria mais ou menos assim: o que a outra pessoa faz que aguça dessa maneira meu egoísmo? Preciso tornar consciente o que me incomoda para então agir. Esses são alguns dos desafios que a convivência em grupo nos propicia para amadurecermos.

Não ocorre o mesmo tipo de situação em agrupamentos religiosos, como o caso dos centros espíritas? Depois de muito tempo juntos, coisas que antes não percebíamos passam a incomodar. Começa-se a ouvir alguns comentários padrões, o ambiente anda ruim, estou desmotivado, as pessoas não me entendem, não reconhecem meu trabalho, deve ser uma obsessão coletiva, etc. Na maioria das vezes a única coisa que falta é trabalho para ocupar a mente ociosa que tem tempo de criar problemas.

Entretanto, não devemos julgar essas dificuldade como sendo inaceitáveis. É perfeitamente normal na convivência em grupo. Algumas vezes onde enxergamos problemas algumas pessoas conseguem enxergar oportunidades para crescer. O ser humano tem alterações nos rumos de sua vida, possui também a liberdade de escolha. Será melhor? Será pior? Isso depende de variadas circunstâncias e de decisões que tomarmos a cada passo.

Não devemos achar estranho que o ser humano tenha um invencível desejo de constante mudança, está latente em nós a busca pelo progresso. E cada qual busca o progresso conforme seu entendimento e suas prioridades momentâneas. Precisamos na verdade aprender a sermos menos implicantes. Se sobra tempo para repararmos e criticarmos a vida alheia é porque andamos com muito tempo livre. Colocando as mãos no trabalho os pensamentos aos poucos tendem a seguir o mesmo caminho, e vai parecer que os problemas sumiram.

Diante da crise aposte no trabalho e faça silêncio, pois se você fala de alguém tenha certeza de que em algum lugar alguém também está falando de ti. Pois você também pode possuir defeitos que sequer desconfia ainda.

FREI FELIPE

terça-feira, 20 de outubro de 2009

ECTOPLASMIA (4)

Autor: Jorge Andréa (médico psiquiatra) – Extraído da revista Espiritismo e Ciência nº 13.

NO NÚCLEO CELULAR EXISTIRIAM FONTES específicas de energia, ligadas ao ADN e ARN (ácido desoxirribonucléico e ribonucléico), a comandarem os processos metabólicos mais expressivos no soalho protoplasmático. O elemento participante ativo desse processo de formação de energias no corpo celular seria o ATP (trifosfato de adenosina), resultante do ciclo de Krebs. O ATP, sendo a fonte primordial de energia nos processos celulares, estaria comprometido na formação do ectoplasma. Esse processo de doação do ATP traduziria uma “qualidade especifica” do médium na manifestação da fenomenologia paranormal de efeitos físicos.
Haveria, neste caso, por intermédio das organizações celulares, uma maior irradiação dessas energias, que se tornariam mais expressivas nas reuniões destinadas a esse tipo de trabalho. Isto mostraria a influencia dos participantes da equipe (encarnados e desencarnados) concorrendo no maior fornecimento da substancia ectoplasmática por parte dos que apresentam essa possibilidade. Quando a quantidade de substancia irradiativa fosse bem expressiva, já fora da fonte de origem, poderiam mostrar-se sob forma gasosa visível (nuvem), por um processo de condensação, constituindo material especializado e com possibilidade de aproveitamento nos mecanismos em pauta.
No denominado passe energético, muito utilizado nas casa espíritas sob forma de fluidoterapia, acreditamos que esses elementos de irradiação, devidamente elaborados pelo psiquismo, carregam em seu bojo quase que especificamente energias originárias no ATP da usina celular. Ainda mais, este material de doação energética, passando à dimensão física por condensação, poderá ser aproveitado pelas Entidades Espirituais na vestidura de seus campos de forças nos trabalhos especializados da ectoplasmia.
Assim, essa substancia, o ATP, deverá fazer parte do ectoplasma e, à medida que o processo se desenvolve por condensação, vai oferecendo as naturais modificações químicas pela queima da molécula fosfórica que permitiria a ectoplasmia luminosa; por tudo, podemos avaliar a importância do fósforo, em suas múltiplas combinações, no mecanismo da ectoplasmia.

domingo, 11 de outubro de 2009

OS DESAFIOS QUE ENCONTRAMOS

Todas as decisões que tomamos interferem na vida de outras pessoas. Será possível que uma decisão simples de fazer ou não fazer determinada escolha vai alterar de modo substancial minha vida?

Os caminhos que trilhamos não estão todos eles traçados de maneira irrevogável como muitas pessoas supõe. Iremos sempre arcar com as conseqüências do que somos e em função disso das atitudes que viermos a tomar. Porém, as opções encontram-se disponíveis. Um gesto, um olhar, um segundo a mais de paciência, pode frear uma atitude precipitada e nos fazer trihar um caminho completamente diferente.

Entretanto, não é uma obrigação sofrer em funcção de nosso passado de equívoco? Deus, sendo todo amor, exigiria o sofrimento de alguém? Os erros de criaturas imaturas, que ainda precisam aprender muito sobre a vida, poderia condená-los a um sofrimento irremediável?

Se a motivação dos erros se modifica o resultado, por conseqüência, també será modificado. Sofremos as conseqüências de nossos atos, jamais uma imposição divina.

Frei Felipe

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ECTOPLASMA E ATP (3)

Autor: Jorge Andréa (médico psiquiatra) – Extraído da revista Espiritismo e Ciência nº 13.

NO DIZER DO PROFESSOR ALDEMAR BRASIL: “Em sítese, o ATP – que equivale por cada ligação piro-fosfática desgarrada de sua molécula, a mais ou menos 7.500 kcal – é a unidade usada em biologia para expressar a transferência de energia oriunda do ciclo de Krebs, e de outras fontes. No ciclo de Krebs, também denominado de ciclo dos ácidos tricarboxílicos, a energia é libertada pela transferência de elétrons para a cadeia respiratória, provindos de substratos em que o hifrogenio é ativado, desgarrado e transportado com seu eletron até o oxigênio, também atiçado ao receber esses elétrons, formando-se, então, a água. Para tanto, no ciclo de Krebs, há processos de descarbolização, desidrogenação, etc., operados por enzimas especificas ativadas por coenzimas determinadas”.


Qual o mecanismo criativo do eclotoplasma na organização do agente doador (sensível ou médium)? Claro que seria uma condensação energética apropriada transformando-se em matéria. A informação de André Luiz em Mecanismos da Mediunidade é bastante lógica e sensata: “O ectoplasma resulta de um processo de desagregação molecular formado por forças desconhecidas, ao mesmo tempo em que o fenômeno fica sob controle de campos de forças organizadoras capazes de reagrupar as moléculas segundo um modelo determinado”.
O fenômeno de ectoplasmia, é preciso que se diga, é fenômeno de plasmagem e não de criação de matéria. A plasmagem se dará às expensas da substancia (energia) fornecida pelo médium que, pouco a pouco, atingirá o processo de condensação, voltando à sua fonte por mecanismo inverso. Temos como certo, também, que o ectoplasma é substancia que, além de fornecida pela organização humana (médium), será plenamente enriquecida (completada) com outros elementos da natureza, provindos dos vegetais e de outras matérias orgânicas de origem animal, numa específica arregimentação.
Os chamados processos de ectoplasmia investem complexa mecânica, de difícil avaliação pelos atuais métodos que a ciência pode oferecer. Para que o fenômeno se observe e seja bem equacionado, haverá necessidade de lembrarmos o conceito de Claude Bernard de que na usina celular opera-se a totalidade dos fenômenos vitais, muitos dos quais transcendem a avaliação pelos nossos sentidos. A maioria desses fenômenos bioquímicos, mormemente de esfera da ectoplasmia, estaria ligada aos compostos fosforados e suas correlações com as enzimas e hormônios.

domingo, 20 de setembro de 2009

FENÔMENOS DE ECTOPLASMIA (2)

Autor: Jorge Andréa (médico psiquiatra) – Extraído da revista Espiritismo e Ciência nº 13.

O VOCÁBULO ECTOPLASMIA PASSA A DEFINIR, com mais precisão do que o termo materialização, a formação de objetos e pessoas em ambiente apropriado, às expensas da substância específica doada pelos sensíveis ou médiuns (ectoplasma; do grego ektós, por fora; plasma, molde ou substância). Devemos fazer diferença ente o termo ectoplasma empregado em biologia – para designar a região mais externa do protoplasma celular – e o significado parapsicológico do presente escrito.
O ectoplasma é substância amorfa, vaporosa, com tendência a solidificação pela evolução do fenômeno, tomando forma por influência de um campo organizador especifico. Facilmente fotografado, de cor branco-acinzentado, vai desde a névoa transparente à forma tangível, de aspecto semelhante aos tecidos vivos, oferecendo sensação de viscosidade e frieza.
O ectoplasma foi analisado por vários pesquisadores, dos quais destacamos as seguintes conclusões:
1 – Dr. V. Dombrowsky (Varsóvia); “O ectoplasma está constituído de matéria albuminóide, acompanhado de gordura e de células tipicamente orgânicas. Não forma encontrados amiláceos e açucares”.
2 – Dr. Francês (Munique); “Substancia constituída de inúmeras células epiteliais, leucócitos e glóbulos de gordura”.
3 – Dr. Albert Scherenk-Notzing, citado por Charles Richet; “O ectoplasma está cosntituido por restos de tecido epitelial e gorduras”.
4 – Dr. Hernani G. Andrade; “O ectoplasma é substancia formada com recursos da natureza, originando-se dos tecidos vegetais (ectofiloplasma) de origem animal (ectozooplasma) e de origem mineral (ectomineroplasmal)”.
Muitos autores que analisaram a substancia encontraram células anucleadas em sua constituição. O ectoplasma seria substancia originária no protoplasma das usinas celulares, onde o ATP (trisfosfato de adenosina) teria expressiva participação, ao lado de outros elementos. Dessa forma, não podemos deixar de considerar a importância do fósforo nas atividades bioquímicas orgânicas e, conseqüentemente, no desenvolvimento do processo ectoplásmico em suas específicas dosagens.

sábado, 12 de setembro de 2009

FENÔMENOS DE ECTOPLASMIA (1)

Autor: Jorge Andréa (médico psiquiatra) – Extraído da revista Espiritismo e Ciência nº 13.


A ectoplasmia, conhecida de modo mais popular como fenômeno de materialização, pelos estudos e experiências criteriosas realizadas há um século aproximadamente, ainda vem despertando o mais expressivo interesse da área cientifica. Foi Charles Richet quem utilizou a denominação diante das pesquisas realizadas em sua época.
A parapsicologia, com os conhecimentos dos dias atuais, tem por obrigação fazer a abordagem da temática, no capitulo dos fenômenos psi-theta (espíritas). Devido à existência de inúmeros fatos, a ectoplasmia não pode ser relegada ao desconhecimento ou mesmo à falta de interesse, como desejam algumas posições sectaristas.
A ciência avalia os fenômenos de ectoplasmia com desconfiança. Como todo fenômeno psi-theta, a ectoplasmia não pode ser controlada de acordo com as diretrizes e vontade do pesquisador. Essa fenomenologia, em que os Espíritos participam, é quase sempre fugaz, de difícil abordagem e controle, pela presença de inúmeros fatores que se desenvolvem em dimensão diversa daquela que a metodologia cientifica pode avaliar e controlar.
Laboraram nestes fatos inúmeros pesquisadores, dos quais lembramos: Albert Coste, em 1895; Alexandre Aksakof (1832-1903), em 1895; Paul Gibier (1851-1900), em 1998; William Crookes (1832-1919), em 1899; Gabriel Delanne (1857-192images6), em 1909 e 1911, e muitos outros.
Os autores são categóricos em afirmar a inconteste existência dessa mecânica, na qual dois elementos entram, indiscutivelmente, no processo: o ectoplasma e o agente orientador para que a moldagem se observe. De um lado, a matéria ectoplásmica, fugaz e vaporosa e, do outro, o campo organizador da forma (campo espiritual), as espessas do qual o ectoplasma se distribui em adequada moldagem.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

PESQUISADORES DO ESPÍRITO (2)

Alfred Russel Wallace nasceu em Usk, Monmouthshire, na Inglaterra, em 8 de janeiro de 1823 e morreu em Broadstone, Dorset, também na Inglaterra, a 7 de novembro de 1913.

Trabalhou, inicialmente, como topógrafo e arquiteto. Por volta de 1840 começou a interessar-se por botânica. Em 1848, iniciou viagem pelo Amazonas, ali permanecendo até 1850.

Em 1858, numa reunião da Sociedade Linneana de Londres, é apresentado conjuntamente um resumo da teoria de Darwin sobre a evolução das espécies e um ensaio de Wallace sobre o mesmo assunto, tomando como base a seleção natural.

“Na seleção natural não poderia justificar o gênio matemático, artístico ou musical, nem concepções metafísicas, razão ou humor e que algo no “invisível universo do Espírito” havia intercedido no processo evolutivo pelo menos em três momentos distintos:
1. Na criação da vida a partir matéria inorgânica
2. A introdução da consciência nos animais superiores
3. A geração das faculdades acima mencionadas no espírito humano”.

Em1865 investigou os fenômenos das mesas girantes e a mediunidade, afirmando que as comunicações com espíritos são inteiramente comprovadas como qualquer outros fatos da ciência. Via uma direção superior no processo evolutivo. Escreveu um livro que trata do Espiritismo e suas observações “O Aspecto científico do Sobrenatural”.

Alfred Russel Wallace recebeu, em 1892, a Medalha de Ouro da Sociedade Linneana, prêmio que se concede, todos os anos, a um botânico ou zoólogo cujo trabalho tenha importância significativa para o avanço da ciência.

“Eu era, diz Wallace, um materialista tão convencido, que não admitia absolutamente a existência espiritual, nem qualquer outro agente do Universo além da força e da matéria. Os fatos, entretanto, são coisas pertinazes. A minha curiosidade foi primeiro excitada por alguns fenômenos ligeiros, mas inexplicáveis, que se produziam em uma família amiga; o desejo de saber e o amor da verdade forçaram-me a prosseguir nas pesquisas. Os fatos tornaram-se cada vez mais certos, cada vez mais variados, cada vez mais afastados de tudo quanto a ciência moderna ensina e de todas as especulações da filosofia dos nossos dias, e, afinal, venceram-me. Eles me forçaram a aceitá-los como fatos, muito antes de eu admitir a sua explicação espiritual – não havia nesse tempo, em meu cérebro, lugar para esta concepção – pouco a pouco, um lugar se fez, não por opiniões preconcebidas ou teóricas, mas pela ação continua de fatos sobre fatos, dos quais ninguém se podia desembaraçar de outra maneira. O Espiritismo está tão bem demonstrado quanto a lei de gravitação”. – Alfred Russel Wallace, autor conjunto da teoria da evolução das espécies.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

DOUTRINA DOS ESPÍRITOS, O QUE É?

Foi sugerido que fizéssemos uma rápida explanação sobre o que é a Doutrina dos Espíritos, isso devido ao fato de que vários leitores do blog não estão familiarizados com as idéias do Espiritismo.

As manifestações dos espíritos sempre existiram, não são uma descoberta recente, se observarmos com atenção, perceberemos manifestações mediúnicas em todos os tempos através da história. Estão no velho e no novo testamento, nas tradições do ocidente e oriente, nas culturas milenares e indígenas, em suma, fazem parte da cultura humana. Essa constatação ultrapassa qualquer visão estreita que situe a manifestação de espíritos em uma crença específica.

No século XIX, um professor bem conceituado na França, decidiu averiguar o que havia de verdadeiro por detrás dessas manifestações, que ficaram famosas com os fenômenos das mesas girantes. Adotando rigorosa metodologia científica o professor Hypolite percebeu que as manifestações eram controladas por uma força inteligente. Uma vez que essa força realizava tarefas complexas e revelava, por diversas vezes, estar dotada de mais conhecimento do que os presentes não poderia estar associada aos participantes. É verdade que o professor Hypolite não deixou de encontrar alguns trapaceiros que acabavam denegrindo a imagem de seu objeto de pesquisa. Porém, as evidências encontradas através de manifestações bem documentadas e lavradas por grande número de respeitadas testemunhas se sobrepunha aos casos de embuste.

Durante o século XIX e no começo do século XX o número de renomados cientistas que se deteviveram sobre experiências com os fenômenos mediúnicos incluía os principais nomes da Europa e Estados Unidos. Com o objetivo de não chamar atenção pessoal, pois pretendia que a doutrina ditada pelos espíritos se sustentasse pelas próprias idéias e não por seu nome já conhecido na França, Hypolite adotou o pseudônimo de Allan Kardec.

Através de pessoas dotadas de sensibilidade para entrar em relação com os espíritos (médiuns) interrogou diferentes espíritos, com diferentes médiuns, em diferentes localidades, resultando disso “O Livro dos Espíritos”. Este livro traz as bases fundamentais das idéias desenvolvidas pelos espíritos. Por isso chamado de Doutrina dos Espíritos ou Espiritismo, pois as idéias foram de autoria dos espíritos.

Ao contrário do que as pessoas que desconheçam o Espiritismo possam supor o direito de livre pensar é amplamente estimulado pelo Espiritismo. O Espiritismo tem por base desenvolver-se lado a lado com a ciência, modificando-se se necessário, mas priorizando sempre o raciocínio lógico que o caracteriza.

Quando se tem convicção de algo por que isto é compreendido nossa fé se fortalece, tornando-se capaz de enfrentar os desafios existenciais. Este é o principal motivo que faz o Espiritismo estimular o entendimento e jamais a fé cega. Na Doutrina Espírita não deve haver líderes instituídos ou guardiões da verdade. Infelizmente, as imperfeições humanas nos fazem tropeçar nessa dificuldade, produto do orgulho e da vaidade, mas não devem ser levadas em consideração. O Espiritismo é um conjunto de idéias desenvolvido coletivamente e que progride na mesma medida em que nos tornamos capazes de galgar novos degraus na escala evolutiva. Portanto, independente do livro, do autor ou do espírito que expõe um conceito, essas idéias devem ser lavradas pela lógica, e, sempre estimulando o bem coletivo. Não temos somente o direito de refletir, mas o Espiritismo nos coloca isso como um dever, pois o crente cego é mais prejudicial do que um contestador sincero. Sendo assim o Espiritismo não deve ser jamais confundido com a opinião pessoal de quem quer que seja.

Eis o Espiritismo, que defende a liberdade de refletir, sem segregar, respeitando as diferenças e estimulando a fraternidade entre as criaturas. Abraçando as diferentes culturas e religiões por entender que se Deus é Amor todos somos invariavelmente irmãos aos seus olhos.

John

sábado, 1 de agosto de 2009

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Devido a alguns compromissos profissionais não estava conseguindo postar no blog, peço desculpas. Quando comecei a escrever no blog pensava em atender aos leitores que me solicitavam a disponibilização de textos. Eu não conseguia enviar email a todos, então, surgiu a idéia de criar um espaço onde pudesse disponibilizar o que solicitavam. Entretanto, esse espaço superou as expectativas, pois hoje, vejo que leitores de diferentes partes do Brasil e do exterior acessam nossas postagens. Fico feliz em constatar tal fato e reforço a intenção de fazer desse instrumento de comunicação um espaço de interação com os leitores. Sejam todos bem vindos e sintam-se a vontade para comentar os textos, informar seus assuntos de interesse ou deixar suas dúvidas.
Atenciosamente, Rafael.

PESQUISADORES DO ESPÍRITO (1)

Destaquei alguns comentários de eminentes pesquisadores que se depararam com o fenômeno mediúnico em seu período áureo de experimentações, entre o final do século XIX e o início do século XX.


“Trinta anos se passaram desde que publiquei as atas das experiências tendentes a mostrar que fora dos nossos conhecimentos científicos existe uma força posta em atividade, por uma inteligência diferente da inteligência comum a todos os mortais. Nada tenho que retratar dessas experiências e mantenho as minhas verificações já publicadas, podendo mesmo a elas acrescentar muitas coisas”. – William Crookes, 1898.


Durante três anos o espírito Katie King seguiu se materializando e colocando-se a disposição para que muitos sábios do século XIX a estudassem. William Crookes foi um dos mais notáveis cientistas do século XIX, físico e químico, foi vencedor, em 1907, do prêmio Nobel de Química, por ter descoberto o elemento químico Tálio. Escreveu ainda, muitos outros artigos versando sobre as experiências que o convenceram da realidade do fenômeno espírita.
(continua...)

domingo, 19 de julho de 2009

PERDÃO E CONSCIÊNCIA

Em matéria de perdão, não olvides o tribunal interior, em que a consciência é sempre o juiz incorruptível de todos os nossos atos.Os pesares que semeamos são pedras calcinantes a se voltarem sobre a nossa cabeça.Toda ação na vida reage sobre si própria, em ondas de reação, tornando ao ponto central de origem.Sem dúvida, que a morte ser-te-á entre os homens um fator de aparente liquidação de todos os débitos.Tuas contas e ofensas aparecerão desculpadas pelos irmãos do caminho, no entanto, não por ti mesmo que lhes carrearás a sombra, onde fores, como alguém que amarra fardos de lodo e cinza ao imo do próprio ser.As feridas que abriste nos companheiros serão por eles, quase sempre integralmente apagadas, entretanto, nas telas da mente surgirão por fantasmas de dor, vitalizadas pela memória que nos traça as lembranças felizes ou infortunadas do bem ou do mal a que nos afeiçoamos.É desse modo que homicidas e delinqüentes, muitas vezes perdoados por suas vítimas, prosseguem depois do túmulo assaltados pelas imagens daqueles que lhes sofreram os golpes e os prejuízos, algemados ao remorso que se lhes erige nas almas em pelourinho de angústia e, pelo mesmo processo, os ingratos e desertores, olvidados na Terra, continuam, além, submetidos à aflição que lhes nasce dos pesadelos ocultos.Não desprezes a oportunidade de auxiliar sempre, exercitando a bondade e a tolerância, o amor e a compreensão, porque o mal, muitas vezes, transforma-se em paz e luz naqueles que o recebem e, invariavelmente, é sempre treva e dor naqueles que o praticam.
Emmanuel
Livro: Irmão - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 10 de julho de 2009

THE SPIRITIST DOCTRINE or SPIRITISM

Unshakable faith is only that which can meet reasonface to face in every Human epoch – Allan Kardec

· "Spiritism is a science which deals with the nature, origin and destiny of Spirits, as well as their relationship with the corporeal world."
· It reveals new and more profound concepts with respect to God, the Universe, the Human Being, the Spirits and the Laws which govern life itself.
· By bringing new concepts about the Human Being and everything that surrounds it, Spiritism touches on all areas of knowledge, human activities and behaviour, thus opening a new era for the regeneration of Humanity.
· Spiritism can and should be studied, analyzed, and practiced in all the fundamental aspects of life, such as: scientific, philosophical, religious, ethical, moral, educational, and social.
· In addition to the corporeal world inhabited by incarnate Spirits, which are human beings, there exists the spiritual world, inhabited by discarnate Spirits.
· Spirits are the intelligent beings of creation. They constitute the world of the Spirits, which pre-exists and outlives everything.
· Spirits are created simple and ignorant. They evolve intellectually and morally, passing from a lower order to a higher one, until they attain perfection, where they will enjoy unalterable bliss.
· Spirits preserve their individuality before, during, and after each incarnation.
· Spirits reincarnate as many times as is necessary for their spiritual advancement.
· Jesus is the Guide and Model for all Humankind. The Doctrine He taught and exemplified is the purest expression of God's Law.
· Human Beings are given free-will to act, but they must answer for the consequences of their actions.
· All Spiritist practice is gratuitous, following the orientation of the moral principle found in the Gospel: "Give for free what you receive for free."
· Spiritism is practiced with simplicity, without any external forms of worship, within the Christian principle that God should be worshipped in spirit and in truth.
· Spiritism has no clergy, nor does it adopt or use at any of its meetings or during its practices the following: altars, images, candles, processions, sacraments, concession of indulgences, religious vestiments, alcoholic or hallucinogenic beverages, incense, tobacco, talismans, amulets, horoscopes, cartomancy, pyramids, crystals, or any other objects, rituals or external forms of worship.
· Spiritism does not impose its principles. It invites those interested in knowing it to submit its teachings to the test of reason before accepting them.
· Spiritism respects all religions and doctrines; values all efforts towards the practice of goodness; works towards peace and fellowship between all nations and all peoples, regardless of race, colour, nationality, creed, cultural or social standing. It also recognizes that "the truly good person is one who complies with the laws of justice, love, and charity in their highest degree of purity."

International Spiritist Council

sexta-feira, 26 de junho de 2009

AS EMOÇÕES E A MEDIUNIDADE

Após breve prece, antecedida de três quartos de hora de leitura preparatória, sento-me e fico mentalmente disponível ao contato com os espíritos. Não faço exigência alguma, em completa liberdade, sem mesmo pensar no que escrever. Procuro estar em posição neutra para que meus pensamentos, sentimentos e emoções ordinárias não interfiram no processo.
Ora, mas estamos falando de mediunidade, um processo que carece de um ser humano para se estabelecer. Por isso, neutralidade não existe. Há toda uma ampla carga de sentimentos e emoções caracterizando o espírito. E isso independe de estarmos encarnados ou desencarnados. Somos essencialmente fruto do que sentimos, e nem tanto do pensamento, como facilmente supomos. O pensamento é elaboração posterior, desenvolvido mais tarde em nossa trajetória evolutiva. Por exemplo: os sentimentos são a elaboração cognitiva de nossas emoções. Apesar do ser humano ser essencialmente emocional, devemos nos esforçar por encontrar, ou buscar pelo menos nesse sentido, um ponto de equilíbrio, de maior neutralidade, para que a comunicação mediúnica se dê da forma mais fiel possível.
Todo estudioso do Espiritismo já compreende que não haverá intercâmbio mediúnico destituído da filtragem de seu intérprete. Impossível o médium não dotar de suas características a manifestação que através dele se produz. Esse fato inaugurou a perseguição àqueles que se ocupavam do Espiritismo no passado, acusados de charlatanismo, quando, na realidade, somente havia falta de compreensão sobre o desenrolar do fenômeno espírita.
Atualmente, continua-se exigência por médiuns isentos de emoções, homens-máquinas, que possam transmitir a comunicação dos espíritos sem intervenção pessoal alguma. Essa busca extrema por eficácia nos faz questionar sobre a utilidades desses médiuns, uma vez que mesmo os espíritos fora da matéria como a conhecemos tem emoções. Como alcançaríamos sintonia para estabelecer vínculos a fim de efetivar o intercâmbio mediúnico sem essa identificação íntima entre as partes? E o verdadeiro espírita ou cristão, pois são ambos a mesma coisa, não é aquele que dá demonstrações de seu esforço para melhorar?
Alguns companheiros de ideal podem pensar que estamos aqui derrubando a mediunidade, entretanto, estamos justamente enaltecendo-a. Que constatação maravilhosa saber que as palavras mais suaves, enternecedoras e capazes de dar esperança à mais infeliz das criaturas levaram as cores daquele médium que foi seu intermediário. Sinal de que se encontrou um coração sensível e disposto a viver em si mesmo o Evangelho.
Se não assustarem esse intérprete dos espíritos, afirmando que ele é alvo de animismo ou de uma mistificação inconsciente, seguirá amparando os mais necessitados, aprendendo e tornando-se médium do amor, o que é muito mais importante do que ser médium dos espíritos. Ele não irá preocupar-se com a comunicação mediúnica em si, mas, dotado de sensibilidade, aprenderá a discernir a melhor forma de confortar e reerguer uma alma em aflição. Em assim agindo, estará mais do que nunca acessível a influência dos espíritos bem intencionados.
Lembrem-se que mesmo as manifestação espirituais de ordem física, como as materializações, sofriam com ideoplastias dos médiuns e assistentes das sessões. Porém, isso não as tornava menos belas. Continuavam com imensa capacidade de encher seus expectadores da certeza da continuidade da vida.
Não compreendem a que me refiro? Vejam, então, como comecei a me exprimir no texto que agora lêem, servindo-me das condições íntimas do médium. Descreve ele como se preparou para me emprestar o organismo físico em parte para que pudesse intuí-lo. O texto perde em qualidade com tal fato? Creio que não. Aponta o intenso entrosamento que deve existir entre todos os envolvidos para que uma comunicação mediúnica seja proveitosa e ofereça alguma utilidade. Além do mais, basta nos determos na mensagem de fundo. Ao final de uma comunicação espírita, avaliemos nós a impressão que ela nos causou, e teremos uma direção para avaliar a qualidade não somente do conteúdo, mas principalmente das intenções explicitas e implícitas, que nos deixa entrever o caráter dos responsáveis por ela. E isso basta.
Onde há o desejo sincero de fazer o bem, o amor encontra-se solidamente instalado, fortalecendo-se gradualmente. Paulo referiu-se: “Ainda que eu falasse a língua dos anjos, que tivesse o dom da profecia e penetrasse todos os mistérios, ainda que possuísse uma fé inabalável ao ponto de transportar montanhas, se não tivesse amor nada seria”.
Frei Felipe
(Rafael de Figueiredo / Frei Felipe (espírito). Texto publicado na Revista Delfos - Ano IX / edição 2 / n°34)

domingo, 14 de junho de 2009

A CIÊNCIA ESPÍRITA APORTA EM PORTO ALEGRE

O salão de atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul abriu suas portas para acolher o Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita (MEDINESP) que ocorreu entre os dias 11 e 13 de junho de 2009 na capital do estado do Rio Grande do Sul. No evento foram abordados temas de fundamental importância, como as questões de bioética que despontam atualmente com o surgimento de novas tecnologias. Iniciativas como essa demonstram a possibilidade de se fazer ciência embassados pela doutrina espírita.

Congregando profissionais da área de saúde de todo o Brasil o auditório da universidade esteve lotado durante os três dias de congresso. Saudamos a iniciativa da UFRGS que abriu suas portas ao encontro, compreendendo a seriedade do evento e dando importante passo no sentido de congregar ao âmbito universitário a ciência e o sentimento. Pois, como já dizia o próprio François Rabelais no século XVI: "Ciência sem consciência não passa de ruína da alma".

sábado, 6 de junho de 2009

A RAPOSA E O PRINCÍPE

Antoine de Saint-Exupèry, com palavras singelas, mas de uma profundidade impressionante, sabia tocar no recôndito da alma humana, devassando anseios e dramas existenciais... sua obra "O Pequeno Princípe" é uma demonstração de seu talento. Destaco um pequeno trecho dessa obra infantil, que apesar de dedicada as crianças, tem muito a ensinar aos adultos.



E foi então que apareceu a raposa:

__Bom dia, disse a raposa.

__Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

__Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...

__Quem és tu? perguntou o principezinho.Tu és bem bonita...

__Sou uma raposa, disse a raposa.

__Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...

__Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.

__Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

__Que quer dizer "cativar"?

__Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

__Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?

__Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?

__Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?

__É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços...".

__Criar laços?

__Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

__Começo a compreender, disse o principezinho...Existe uma flor...eu creio que ela me cativou...

__É possível,disse a raposa.Vê-se tanta coisa na Terra...

__Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.A raposa pareceu intrigada:

__Num outro planeta?

__Sim.

__Há caçadores nesse planeta?

__Não.

__Que bom. E galinhas?

__Também não.

__Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia:

__Minha vida é monótona. Eu caço galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

__Por favor...cativa-me! disse ela.

__Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

__A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

__Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho.

__É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei para o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...No dia seguinte o principezinho voltou.

__Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Palestra: Francisco do Espírito Santo Neto no RS




Francisco do Espírito Santo Neto, autor de diversos livros em parceria com o espírito de Hammed, estará em São Leopoldo no dia 17 de maio de 2009 para realizar exposição sobre sua última obra, LUCIDEZ. A palestra ocorrerá na E. M. E. F. Maria Gusmão Britto às 10h, manhã de domingo. O evento é gratuito, e, estaremos recolhendo alimentos que serão doados à IEDE.
(Haverá venda de livros no local)...

domingo, 3 de maio de 2009

Onde foi parar a ética na mídia?

Assistir televisão, ouvir rádio ou ler jornal tornou-se uma atividade deprimente nos dias atuais. Sem nos determos sobre a péssima qualidade do que vem sendo produzido pelos meios de comunicação, constatamos com facilidade que a responsabilidade ética no jornalismo, na publicidade e outras áreas que compõe os profissionais da mídia, é um conceito ultrapassado. Vinculam-se notícias sem responsabilidade algum, sem medir as conseqüências do impacto desse material no contexto da sociedade.
Critica-se a violência, mas a ela se faz apologia quando tomam a maior parte da grade de programação dos noticiários. Violência incita violência, como mudar se a mídia demonstra que isso é natural todos os dias? Acabamos por encarar com naturalidade, com indiferença, situações que deveríamos trabalhar para extinguir. Raras vezes dedicam espaço a projetos sociais que tentam fazer sua parte contribuindo para a sociedade, e quando o fazem tratam como se fosse algo inusitado, tornam o "bom" diferente quando deveria ser normal. A mídia perdeu-se, não enxerga sua própria hipocrisia. Demonstra isso quando ocupa espaços dedicados ao esporte para explorar fofocas entre desportistas. Estamos tão acostumados a essa invasão de violência pela televisão, rádio e jornais que nem percebemos o quanto isso contribui para a agressividade da sociedade que constituímos.
Precisamos nos aperceber disso, reclamamos dos governantes e da sociedade em que vivemos, mas o que fazemos para mudar esse quadro?

Adicionei três vídeos (clique no link para ver o primeiro e o segundo vídeo) que fazem uma publicidade positiva. Reflitam sobre as sensações que esses vídeos os induzirão e comparem com o que vêem todos os dias na televisão, tirem suas próprias conclusões.

http://www.youtube.com/watch?v=qVur55MEqD8

http://www.youtube.com/watch?v=-r5eZ6cPSFE


sexta-feira, 24 de abril de 2009

LA DOCTRINE SPIRITE ou LE SPIRITISME

« Le Spiritisme est une science qui traite de la nature, de l'origine et de la destinée des Esprits, et de leurs rapports avec le monde corporel. » Allan Kardec (Qu’est-ce que le Spiritisme - Préambule)

· Il révèle aussi ce que nous sommes, d'où nous venons, où nous allons, le but de l'existence terrestre et la cause des douleurs et de la souffrance.
· Il peut et doit être étudié, analysé et pratiqué dans tous les aspects fondamentaux de la vie : scientifique, philosophique, religieux, éthique, moral, éducationnel, social.
· En plus du monde corporel, où habitent les Esprits incarnés qui sont les hommes, il existe un monde spirituel, demeure des Esprits désincarnés.
· Toutes les lois de la nature sont des lois divines, puisque Dieu en est l'auteur. Elles couvrent tant les lois physiques que les lois morales.
· L'homme est un Esprit incarné dans un corps matériel. Le périsprit est le corps semi-matériel qui unit l'Esprit au corps matériel.
· Les Esprits sont les êtres intelligents de la création. Ils constituent le monde spirite, qui est préexistant et survivant à tout.
· Les Esprits conservent leur individualité, avant, pendant et après chaque incarnation.
· Les Esprits se réincarnent autant de fois que nécessaire pour leur propre amélioration.
· Les Esprits évoluent constamment. Dans leurs multiples existences corporelles ils peuvent rester stationnaires, mais ne régressent jamais. La rapidité de leur progrès intellectuel et moral dépend de leurs efforts pour arriver à la perfection.
· Jésus est le guide et le modèle pour toute l'Humanité, et la doctrine qu'il a enseignée et pratiquée est la plus pure expression de la Loi de Dieu.
· L'homme a le libre-arbitre pour agir, mais il répond des conséquences de ses actes.
· Toute pratique spirite est gratuite, selon le principe moral de l'Evangile : "Donnez gratuitement ce que vous avez reçu gratuitement".
· Le Spiritisme n'impose pas ses principes.
· La médiumnité, qui permet la communication entre les Esprits et les hommes, est une faculté que beaucoup de personnes ont dès leur naissance, indépendamment de la religion ou de la doctrine de vie qu'ils adoptent.
· Le Spiritisme respecte toutes les religions et doctrines, valorise les efforts pour la pratique du bien et travaille pour la fraternité et la paix entre tous les peuples et tous les hommes, indépendamment de leur race, couleur, nationalité, croyance, niveau culturel ou social. Il reconnaît également que "le véritable homme de bien est celui qui pratique la loi de justice, d'amour et de charité dans sa plus grande pureté".

"Il n'y a de foi inébranlable que celle qui peut regarder la raisonface à face, à tous les âges de l'humanité."

terça-feira, 14 de abril de 2009

Espiritismo, a fé coordenada pela razão

Por sua falta de esclarecimento e de conhecimento dos aspectos morais e principalmente espirituais, o ser humano tende a dificultar a compreensão de qualquer idéia diferente das suas próprias convicções, sejam elas novas idéias ou simplesmente velhas idéias que estejam sendo analisadas sobre um enfoque diferente. E terminam por prejudicar a assimilação de novos conhecimentos no meio em que estão inseridos.
Com Kardec e a codificação espírita tivemos os problemas peculiares da falta de compreensão da maioria dos indivíduos em contato com o novo. Jesus passou por problema idêntico, em escala maior, ao divulgar a Boa Nova, culminando no fato de que a razão cedeu lugar à violência, ocasionando o sacrifício dos que pensassem diferentemente das concepções dominantes na época. A violência é o instrumento dos espíritos vencidos pela razão.
As pessoas temem tudo que lhes é desconhecido. Desejam ardentemente um mundo melhor, mas quando surge esta possibilidade através da renovação de idéias, rechaçam-nas sem dar chance alguma, com medo de serem ludibriadas. Quando as oportunidades aparecem e exigem alguma mudança, tende-se a uma atitude comodista de mínimo esforço, permanecendo-se estagnados.
Na Idade Média, os indivíduos considerados diferentes por suas idéias eram considerados hereges, e sem nenhum direito de defesa, eram queimados nas fogueiras para a salvação de suas almas, juntamente com suas idéias inovadoras. Este tipo de atitude que era comum antigamente está simbolicamente presente nos dias de hoje. Não condiz com as possibilidades culturais que estão à disposição dos espíritos encarnados em nosso tempo, mas ainda nos resta muito daquele velho e condenável hábito.
Quando surge uma nova idéia, primeiro analisamos o autor e seu currículo, julgando o livro pela capa. Depois, no caso do autor não ser aclamado, já o enxergamos com descrédito, algumas vezes ridicularizando-o. E daí por diante, fechamos nossos olhos e com eles a razão a qualquer fundamento lógico que aquela nova idéia pudesse ter.
Durante a Idade Média tínhamos a desculpa de que poderíamos ser enfeitiçados pelos hereges com suas idéias satânicas e dessa forma não escutávamos o que eles nos diziam. Mas e hoje? Que justificativa podemos utilizar? Nosso ceticismo científico não pode mais justificar suas intransigências por medo de bruxaria.
Nos dias atuais, os grandes pensadores da humanidade são fortemente subjugados pelo poder material. Universidades, centros tecnológicos, grandes corporações empresariais e governos comandam o mercado de patentes de novas teorias e inventos. A ciência (chamamos aqui ciência, tudo que diga respeito ao desenvolvimento de ideias) é por demais dirigida pelo poder econômico. Por este motivo, quaisquer novidades que venham a fugir dos interesses dominantes são rapidamente colocadas de lado. Os livres pensadores, que apresentam intimamente um senso social, são os maiores colaboradores do progresso humano.
A mesquinhez do ser humano engaveta projetos e mais projetos úteis à melhoria das condições de subsistência dos mais humildes por não enxergar neles o lucro almejado. Encontramos-nos ainda muito envolvidos pelo egoísmo, impedindo o progresso de toda a sociedade.
Analisando o surgimento de novas ideias sob um ponto de vista espírita, ressaltamos que o magnetismo daquele que expunha seus pensamentos muitas vezes motivava a adoção de suas convicções. Jesus era dotado de intenso magnetismo. Com sua elevada capacidade de magnetização, envolvia aqueles que lhe escutavam e que, de alguma forma, afinavam suas aspirações com as dele, driblando assim as barreiras impostas pelo preconceito. Observamos as idéias de Jesus sendo facilmente aceitas pelos mais humildes, que sintonizavam no mesmo ideal de vida futura.
Todos nós possuímos essa inclinação de aceitar antes as palavras proferidas por um do que por outro indivíduo, mesmo que ambos digam exatamente a mesma coisa. É a influência do magnetismo e de nossa afinidade espiritual, aquela empatia que algumas vezes nos envolve sem nos apercebermos.
Devemos nos despir de nossos preconceitos e lembrar que os grandes pensadores da humanidade não foram bem entendidos em seu tempo. Nosso maior exemplo é Jesus. Suas ideias ainda hoje custam a ser compreendidas. Aportamos em uma época em que não há sentido temer o que não compreendemos. Ninguém é portador da onisciência. Deus é uno. É necessário que sejamos mais humildes e venhamos a dar oportunidades para que as mudanças que almejamos aconteçam.
Que cada um de nós, antes de fechar a porta para algo que entre em choque com nossas convicções, dê oportunidade para essas novas idéias se desenvolverem. Se forem falsas, perecerão por seus próprios argumentos, e no caso de assumirem o status de realidade, então, nada que fizermos irá detê-las. E será muito mais fácil se não formos nós aqueles obstáculos a serem varridos por elas.
Espiritismo, a fé coordenada pela razão, e não a razão imposta pela fé.

John
(Rafael de Figueiredo / espírito John - publicado na revista Delfos: Ano IX, edição 01 - nº33)

sábado, 4 de abril de 2009

A morte não é um Adeus


A crença religiosa que remete ao medo das punições eternas toda criatura que não se tornar um "Homem Santo" causam mais aflição do que consolo no momento da perda de um ser querido.
A razão, por mais acanhada, consegue constatar que a perfeição como a concebemos é inatingível sobre a Terra, mesmo aqueles que a pregam não a possuem.
Assim sendo, por efeito de vulgar raciocínio lógico, estaríamos todos após a morte condenados as aflições do sofrimento eterno. Porém, Deus não parece exigir tamanha perfeição por parte da criatura humana, seria cruel de sua parte exigir de nós algo que não estamos em condições de alcançar. Ele que sonda nossa intimidade sabe o móvel de todas as nossas ações. Não nos julga com a intolerância e a prepotência dos homens, que renegam suas próprias imperfeições ao esquecimento, mas não deixam de apontar as falhas alheias. Ouve nossos lamentos, nossas frustrações e anseios, tudo atenuando, confiando que nos dando repetidas oportunidades aprenderemos e poderemos ser pessoas melhores.
Não há condenação. Com a morte, a liberdade. A recapitulação dos erros cometidos, o planejamento de novas oportunidades de recomeço, o reencontro com afetos que até então considerávamos perdidos para sempre.
Eis que libertos movimentam-se conforme as possibilidades particulares de cada um, e, ao invés do enfraquecimento do afeto que sentem por aqueles que ficam, multiplicam esforços por nos fazer ter esperança em um novo reencontro. A morte não é um adeus. Não condena ninguém definitivamente. É o retorno a verdadeira vida, onde muitas de nossas mais atrozes dúvidas são esclarecidas. Apenas o corpo cansado tomba, o espírito recebe sua alforria.
Tenha certeza de que mesmo que não desconfie amigos invisíveis velam por ti e se fazem mais assíduos justamente nos momentos de maior dúvida e aflição. Elevai vosso pensamento em prece e confiai que Deus não desampara nenhum de seus filhos.


Rabelais

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Se o Espiritismo é um erro, cairá por si mesmo; se é uma verdade, todas as diatribes do mundo não o farão tornar-se uma mentira.
O Espiritismo, jornal de psicologia experimental - Palermo, 1863.

sábado, 21 de março de 2009

Henry Dunant

Algum tempo atrás me coloquei na frente da televisão como quem não quer nada, trocando aleatoriamente de canal acabei por encontrar um filme que me interessou, um filme de contexto histórico. Esse filme retratava a biografia de Henry Dunant. Quem era Henry Dunant, lembro de ter me perguntado. Imaginei que estava diante de um filme qualquer, mais uma história tirada da cabeça de algum habilidoso escritor. Porém, os detalhes históricos passaram a me chamar a atenção. A narrativa foi me prendendo, e quando vi já era madrugada e continuava assistindo o filme. Ainda bem que assim o fiz.
Não há dúvida que foi um dos melhores filmes que já assisti, não pela qualidade da produção, apesar de não deixar nada a dever, mas o que mais me encantou foi à mensagem que o filme foi capaz de transmitir. Sentia-me motivado a empreender o utópico esforço de transformar o mundo. Pois é disso que o filme tratava, de um homem que teve essa capacidade, soube fazer a diferença quando surgiu a oportunidade. Como não o conhecia antes? Afinal, quem era Henry Dunant? Para minha surpresa o filme narrava à realidade, Henry Dunant existira, fora uma dessas personalidades que deixaram um legado de altruísmo e coragem as gerações futuras. Não somente sugiro que tentem ver o filme (Henry Dunant, du Rouge sur Croix), que leva seu nome no título, como me incumbo do dever de relatar-lhes algo de sua vida.
Henry Dunant nascera em Genebra, Suíça, em 8 de maio de 1828. Seu pai Jean-Jaques Dunant era comerciante e ao que parece tanto ele quanto a mãe foram inspiradores de Henry através do envolvimento freqüente em causas assistenciais. Henry vinha de uma família calvinista e tinha na fé em Deus uma de suas mais salientes características. Frequentemente era visto nos sermões do pastor Gaussen, bastante conhecido em Genebra. Especula-se que possa ter sido membro da franco-maçonaria, entretanto, na há confirmação nesse sentido.
Aos dezoito anos, empolgado por movimentos que desejavam a renovação social do século XIX, forma junto com um grupo de amigos a “reunião da quinta-feira” com o objetivo de estudar a bíblia e auxiliar pessoas enfermas. A partir de então, envolvido pelo seu idealismo, utiliza suas noites e seus domingos para visitar os presos da prisão Évêché (que atualmente não existe mais) e ajudar os pobres. Em 30 de novembro de 1852 ele funda um grupo em Genebra que servirá de inspiração posterior para a criação do Young Men’s Christian Association (Associação Cristã de moços) fundado três anos mais tarde em Paris.
Henry conclui seus estudos com facilidade e assume função em um banco. Em 1853 representando a Companhia Genebresa das Colônias Suíças dirige-se a Sétif, onde a empresa houvera recebido uma concessão de terras do governo francês. Argélia, Tunísia e a Sicília também fazem parte de seu roteiro. Apesar das dificuldades consegue conduzir com sucesso os interesses da empresa na região. Inspirado por suas impressões publica em 1858 sua primeira obra literária, intitulada “Notice sur la Régence de Tunis”. Suas impressões são entusiasmadamente aceitas por muitas sociedades científicas.
Havia fundado em 1856 uma sociedade colonial, obtendo concessão de terras na Argélia. Com dificuldades para fazer funcionar seus moinhos e na falta de uma legislação que regesse a exploração dos cursos de água vê-se em meio a um conflito local. Em 1858 adquire nacionalidade francesa, decidindo um ano mais tarde dirigir-se ao Imperador Napoleão III pessoalmente para resolver essas questões. Entretanto, Napoleão III encontrava-se junto de seu exército na Lombardia. Os franceses se juntaram aos italianos para expulsar os austríacos que ocupavam boa parte do norte da Itália. A base de operações do exército francês ficava na pequena cidade de Solferino. Para lá se dirige Henry Dunant na expectativa de tratar diretamente com o Imperador.
Em 24 de junho de 1859 Henry chega aos arredores do campo onde haviam lutado franceses e piemonteses contra os austríacos. Entre mortos e feridos estima-se que 38 mil soldados tombaram nessa batalha sem qualquer tipo de assistência humanitária. Constrangido com a cena que vê toma por iniciativa estimular os civis a organizar assistência aos feridos. Utiliza a Igreja Chiesa Maggiore, a maior igreja de Castiglione delle Stiviere, para abrigar os feridos, lotando-a e fazendo dela um hospital. Há escassez de todo tipo de recursos para atender aos feridos e mesmo de víveres. Fazendo o possível dedicam-se a atender todos os feridos independentemente de sua nacionalidade. As mulheres da pequena cidade que atuavam como enfermeiras entenderam a idéia afirmando espontaneamente que todos eram irmãos.
Chega a Castiglione um agrupamento de soldados franceses que entre os muitos prisioneiros austríacos que haviam feito constava um bom número de médicos. Dunant negocia para que os médicos austríacos fossem libertados para tratar dos muitos doentes entre a vida e morte. Adquirindo respeito e admiração pela forma com que tratava os doentes, independentemente do lado em que lutavam, consegue angariar recursos que melhoram as condições de atendimento, mas que não evitam que o número de perdas seja ainda muito grande.
Henri retorna a Genebra no início de julho em estado de choque com tudo que presenciara. Passa alguns dias com sua família e logo viaja por algumas semanas a Paris. Por sua ação em Solferino, ele recebe em janeiro de 1860, juntamente com o médico Genebrês, Louis Appia, a Ordem de Santo Maurício e Santo Lázaro da parte do Rei da Itália Victor-Emmanuel II.
Em 1860 Henri volta suas atenções a situação de suas empresas na Argélia, as condições eram ruins, em meio ao conflito acabara esquecendo os motivos que o levaram a Solferino, deixando as empresas a própria sorte. Como, porém, não conseguiu esquecer as cenas que vira em Solferino escrevera suas impressões a um amigo, que anonimamente as publicara no jornal de Genebra. Era a primeira vez que alguém ousava descrever os horrores de um campo de batalha. Essas impressões lhe estimularam a escrever a obra “Um souvenir de Solferino”, que entre outras coisas defendia a idéia de que o sofrimento dos soldados deveria ser amenizado. “Um militar fora de combate deixa de ser um inimigo devendo ser considerado um ser humano que necessita de ajuda”. “Médicos e enfermeiros não devem ser capturados ou perseguidos, assim não precisariam abandonar seus doentes em situação de risco”.
Em setembro de 1862 Henry Dunant financia por conta própria a publicação de seu livro, distribuindo os 1600 volumes a um grande número de autoridades européias. Passa então a empreender viagem para a divulgação de suas idéias. Elas são recebidas com entusiasmo atraindo a simpatia geral. Em sua terceira edição o livro é traduzido para o inglês, alemão, italiano e sueco, contrariando o ministro da guerra francês, Jacques Louis Randon, que entendia que o livro era dirigido contra a atuação francesa na guerra. Surgem opositores de sua idéia advogando que tais medidas, se adotadas acarretariam altos custos aos governos.
Gustave Moynier, jurista, expõe as idéias de Dunant em assembléia na reunião da Sociedade de Utilidade Pública de Genebra em 9 de fevereiro de 1863. As idéias são avaliadas e consideradas realizáveis por vários membros. O próprio Henry Dunant é nomeado membro de uma comissão que conta ainda com Sr. Moynier, o general Guillaume-Henri Dufour e os médicos Louis Appia e Théodore Maunoir, tendo sua primeira reunião no dia 17 de fevereiro e tornando-a permanente. Um marco na história da fundação da futura Cruz Vermelha.



Apesar do êxito em fundar a Cruz Vermelha internacional reconhecida em 1864 pela convenção de Genebra a vida de Henry Dunant continuou bastante movimentada. Seus atritos com Moynier faz com que Dunant se afaste da entidade. A situação de suas empresas na Argélia em 1867 eram críticas, revoltas e epidemias, principalmente de cólera, somavam-se a falta de recursos financeiros. Relegara por muito tempo a administração dos negócios pessoais para defender a causa humanitária que abraçara. Acaba envolvido em uma clamorosa falência, sendo condenado pelo tribunal de comércio genebrês por falência fraudulenta. O envolvimento nesse escândalo comercial faz com que Henry se veja obrigado a afastar-se do sonho por que tanto lutara, para não manchar a imagem da instituição recém fundada abdica de seu lugar na Comissão Internacional da Cruz Vermelha. Sua desdita não fica nisso, em 1868 morre sua mãe e ao longo do mesmo ano é excluído da Associação Cristã de Moços que ajudara a fundar.
A sociedade de Genebra depois de sua condenação pública lhe vira as costas, mesmo seus amigos se recusam a amparar-lhe financeiramente. Falido, Henry parte para viver em Paris, entretanto, não desiste de seu idealismo. Durante a guerra franco-alemã 1870-1871 ele funda outra instituição de amparo. Deseja inspirar a diminuição dos conflitos armados e a melhoria das condições morais e culturais dos cidadãos. Divulgando idéias pela implantação de um tribunal internacional onde se possam resolver conflitos sem necessidade das armas, e clama pelo desarmamento das nações.
Durante o primeiro congresso da Aliança em 1872 em Paris defende um tratamento digno aos prisioneiros de guerra, proposição que havia escrito em 1867 para a primeira conferência da Cruz Vermelha, mas que na época foi desconsiderada. Vai a Inglaterra defender essas mesmas idéia na Associação de Ciência Social. Espírito ativo não cessa de trabalhar pelo que acredita.
Henri ainda faria discursos inflamados e escreveria artigos defendendo a liberdade dos escravos na América do Norte, apoiaria a idéia de Max Gracia para a fundação de uma biblioteca mundial, o que foi construída pela Unesco um século depois. Outra de suas idéias visionárias foi à criação do Estado de Israel. Em razão de seu idealismo deixou de lado a vida profissional. Influenciado pela situação política da terceira república Henry Dunant se retira da vida pública em definitivo.
De 1874 a 1886 vive sozinho feito nômade, em completa miséria material, nesse período de intensas dificuldades sobrevive com a ajuda de alguns amigos sinceros que ainda encontrava. Henri estabelece-se em Heiden, na suíça alemã. Em setembro de 1895, Georg Baumberger, redator chefe do jornal Die Ostschweiz, escreve um artigo chamado “Henri Dunant, o fundador da Cruz Vermelha”, que vinculado a uma revista alemã de grande circulação em poucos dias é lido em toda a Europa. Henry recebe mensagens de admiração de todo o mundo, e obtém uma pensão anual da Czarina russa Maria Fedorovna, o que lhe auxilia na difícil situação financeira.
Essa manifestação de apoio lhe dá novo ânimo. Retorna a escrever defendo o fim do militarismo, troca correspondência com importantes pacifistas, defende a igualdade entre homens e mulheres, sugere a criação de uma federação de enfermeiras internacionais. Porém a Comissão da Cruz Vermelha segue lhe evitando. Em 10 de dezembro de 1901 vê seus esforços de certa forma reconhecidos pela opinião pública, recebe um telegrama que dizia assim: “Para Henry Dunant, Heiden. O comitê Nobel do parlamento norueguês tem a honra de vos comunicar que lhe oferece o prêmio Nobel da Paz de 1901, a você, Henry Dunant, e Frédéric Passy. O comitê vos envia seu respeito e admiração”. Esse prêmio de alguma forma resgatava tardiamente, depois de 34 anos, o trabalho de Henry Dunant, sua inspiração e esforço para a criação da Cruz Vermelha.
Henry Dunant passa seus últimos anos no hospital de Heiden, depressivo e tendo receio de ter errado ao longo de sua relação com Moynier, com quem tivera divergências na Comissão da Cruz Vermelha. Afasta-se do Calvinismo e de toda instituição religiosa em seus últimos dias, porém, mantêm-se firme em suas reflexões morais e até certo ponto proféticas. Conforme contam as enfermeiras que dele tomavam conta, seu último ato em vida foi enviar uma cópia de seu livro (Um souvenir de Solferino) à rainha da Itália. Morrera como vivera, empenhado na causa que adotara até o último suspiro.
Foi enterrado no cemitério Sihlfeld de Zurique, de maneira simples e sem cerimônia, pouquíssimas pessoas acompanharam a inumação. Em seu testamento deixou a pequena fortuna obtida com o prêmio Nobel para a criação de leitos livres no hospital de Heiden, dedicando outro montante do dinheiro em reconhecimento a algumas pessoas que sempre estiveram de seu lado e a duas sedes européias da Cruz Vermelha.
Eis quem foi Henry Dunant, idealista, extremamente ativo, muitas vezes difamado, mas o merecido ganhador da primeira edição do Nobel da Paz. A quem presto meu reconhecimento e admiração.

domingo, 15 de março de 2009

Francisco do Espírito Santo Neto em São Leopoldo

Francisco do Espírito Santo Neto, autor de diversos livros em parceria com o espírito de Hammed, estará em São Leopoldo no dia 17 de maio de 2009 para realizar exposição. A palestra ocorrerá na E. M. E. F. Maria Gusmão Britto às 10h, uma manhã de domingo. O evento é gratuito, e, estaremos recolhendo alimentos que serão doados à IEDE.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Idéias que fazem mais mal do que bem

O espiritualismo das tradições de língua inglesa deixam evidente sua clara preferência pela fenomenologia, deixando de lado as questões filosóficas advindas da existência dos fenômenos. Os excessos que advém dessa busca pode ocasionar situações constrangedoras, e mesmo provocar distorções concentuais nos desprevinidos adeptos do Espiritismo.
Vejamos, porém, que estas questões são antigas, pois o próprio Allan Kardec faz a elas referência no ano de 1860, como exporemos abaixo:

Os Espíritos Glóbulos
Revista Espírita, fevereiro de 1860
O desejo de ver os Espíritos é uma coisa muito natural, e conhecemos poucas pessoas que não desejam gozar desta faculdade; infelizmente é uma das mais raras, sobretudo quando é permanente. As aparições espontâneas são bastante freqüentes, mas são acidentais, e quase sempre motivadas por uma circunstância toda individual, baseada sobre as relações que puderam existir entre o vidente e o Espírito que lhe aparece; outra coisa é, pois, ver fortuitamente um Espírito ou vê-lo habitualmente, e nas condições normais mais comuns; ora, está aí o que constitui, propriamente falando, a faculdade dos médiuns videntes. Ela resulta de uma aptidão especial cuja causa é ainda desconhecida, e que pode se desenvolver, mas que se provocaria em vão quando não exista a predisposição natural. É necessário, pois, manter-se em guarda com outras ilusões que podem nascer no desejo de possuí-la, e que deram lugar a estranhos sistemas. Quanto mais combatamos as teorias duvidosas pelas quais se atacam as manifestações, sobretudo quando essas teorias acusam a ignorância dos fatos, mais devemos procurar, no interesse da verdade, destruir idéias que provam mais de entusiasmo que de reflexão, e que, por isso mesmo, fazem mais mal que bem, expondo-as ao ridículo.
A teoria das visões e das aparições é hoje perfeitamente conhecida; nós a desenvolvemos em vários artigos, e notadamente nos números de dezembro de 1858, fevereiro e agosto de 1859 e no nosso O Livro dos Médiuns, ou Espiritismo Experimental; não a repetiremos, portanto, aqui, mas somente lembraremos alguns pontos de fato, antes de chegar ao exame do sistema dos glóbulos.
Os Espíritos podem se produzir à visão sob diferentes aspectos:o mais freqüente é a forma humana. Sua aparição, geralmente, tem uma forma vaporosa e diáfana, algumas vezes vaga e indecisa. Freqüentemente, à primeira vista, é um clarão esbranquiçado, cujos contornos se determinam pouco a pouco. Outras vezes, as linhas são mais acentuadas, e os menores traços do rosto desenhados com uma precisão que permite dar-lhe a descrição mais exata. Um pintor, nestes momentos, poderia seguramente fazer-lhe o retrato com tanta facilidade como o faria para uma pessoa viva. As maneiras e o aspecto são os mesmos que durante a vida do Espírito. Podendo dar todas as aparências ao seu perispírito, que constitui seu corpo etéreo, apresenta-se sob aquela que melhor pode fazê-lo reconhecer; assim, se bem que, como Espírito, não tenha mais nenhuma das enfermidades corpóreas que poderia ter como homem, ele se mostrará estropiado, coxo ou corcunda, se julga oportuno para atestar sua identidade. Quanto à roupa, ela se compõe, o mais comumente, de uma roupagem que termina em longa túnica flutuante; pelo menos é a aparência dos Espírito superiores que nada conservaram das coisas terrestres; mas os Espíritos vulgares, aqueles que se conheceram, quase sempre, tem a roupa que tinham no último período de vida. Freqüentemente, têm atributos característicos de sua classe. Os Espíritos superiores têm sempre uma figura bela, nobre e serena; os Espíritos inferiores, ao contrário, têm uma fisionomia vulgar, espelho onde se pintam as paixões mais ou menos ignóbeis que os agitaram; algumas vezes ainda carregam os traços de crimes que cometeram ou dos suplícios que suportaram. Uma coisa notável é que, a menos de circunstâncias particulares, as partes menos desenhadas, geralmente, são os membros inferiores, ao passo que a cabeça, o peito e os braços são sempre nitidamente traçados.
Dissemos que as aparições têm alguma coisa de vaporosa, malgrado a sua clareza; poder-se-ia, em certos casos, compará-la à imagem refletida num vidro sem estanho, que não impede ver os objetos que estão por detrás. Bastante ordinariamente, é assim que os distinguem os médiuns videntes; eles os vêm irem, virem, entrarem, saírem, circularem entre a multidão dos vivos, tendo o ar, para os Espíritos vulgares pelo menos, de tomarem parte ativa no que se passa ao redor deles, de se interessarem segundo o assunto, de escutarem o que se diz. São vistos, freqüentemente, aproximarem de pessoas, lhes soprarem idéias, influenciá-las, consolá-las, se mostrarem tristes ou contentes com os resultados que obtêm: em uma palavra, é o duplo ou o reflexo do mundo corporal, com suas paixões, seus vícios ou suas virtudes, mais virtudes do que a nossa natureza material nos permite dificilmente compreender. Tal é esse mundo oculto que povoa os espaços, que nos cerca, no meio do qual vivemos, sem disso desconfiar, como vivemos no meio de miríades do mundo microscópico.
Mas pode ocorrer que o Espírito revista uma forma ainda mais nítida e tome as aparências de um corpo sólido, ao ponto de produzir uma ilusão completa e de fazer crer a presença de um ser corpóreo. Enfim, a tangibilidade pode se tornar real, quer dizer, que se pode tocar, apalpar esse corpo, sentir a mesma resistência, o mesmo calor que da parte de um corpo animado, e isso quase pode se desvanecer com a rapidez do raio. Não somente a aparição desses seres, designados sob o nome de agêneres, é muito rara, ela é sempre acidental e de curta duração, e não poderiam tomar-se sob essa forma, os comensais habituais de uma casa.
Sabe-se que entre as faculdades excepcionais das quais o senhor Home deu provas irrecusáveis, é necessário colocar a de fazer aparecer mãos tangíveis que se podem apalpar, e que, por outro lado, podem agarrar apertar e deixar marcas sobre a pele. Os fatos de aparições tangíveis, dizemos, são bastante raros, mas aqueles que se passaram nestes últimos tempos confirmam e explicam aqueles que a história conta a respeito de pessoas que se mostraram, depois de sua morte, com todas as aparências corpóreas. De resto, por extraordinários que sejam semelhantes fenômenos, todo o sobrenatural desaparece quando se lhes conhece a explicação, e se compreende, então, que longe de ser uma derrogação das leis da Natureza não são senão uma sua aplicação.
Quando os Espíritos tomam a forma humana, não se poderia com isso enganar-se; mas assim não é quando tomam outras aparências. Não falaremos aqui de certas imagens terrestres refletidas pela atmosfera, e que puderam alimentar a superstição entre pessoas ignorantes, mas de alguns outros efeitos sobre os quais os homens, mesmos esclarecidos puderam se equivocar; é aí sobretudo que é necessário manter-se em guarda contra a ilusão para não expor-se a tomar por Espíritos fenômenos puramente físicos.
O ar não é sempre de uma limpidez perfeita, e há circunstâncias tais em que a agitação e as correntes das moléculas aeriformes produzidas pelo seu calor são perfeitamente visíveis. A aglomeração desses fragmentos forma pequenas massas transparentes que parecem flutuar no espaço, e que dão lugar ao singular sistema dos Espíritos sob a forma de glóbulos. A causa dessa aparência está, portanto, no próprio ar, mas pode estar também no olho. O humor aquoso oferece pontos imperceptíveis que perderam sua transparência; esses pontos são como corpos semi-opacos em suspensão no liqüido do qual seguem os movimentos e as ondulações. Eles produzem no ar ambiente e à distância, por efeito de um engrossamento e da refração, aparência de pequenos discos, algumas vezes irisados, variando de um a dez milímetros de diâmetro. Vimos certas pessoas tomarem esses discos por Espíritos familiares que as seguiam e as acompanhavam por toda parte, e, em seu entusiasmo, verem figuras nas nuanças da irisação. Uma simples observação, fornecidas por essas mesmas pessoas vai reconduzi-las ao terreno da realidade. Esses discos ou medalhões, dizem elas, não somente as acompanham, mas seguem em todos os seus movimentos; vão à direita, à esquerda, para cima, para baixo, ou se detêm segundo os movimentos da cabeça; essa coincidência prova por si só que a sede da aparência está em nós e não fora de nós, e o que o demonstra, por outro lado é que, em seus movimentos ondulatórios, esses discos não se separam jamais de um certo ângulo; mas como eles não seguem com precipitação o movimento da linha visual, parecem ter uma certa dependência. A causa desse efeito é muito simples. Os pontos opacos, ou semi-opacos, do humor aquoso, causa primeira do fenômeno são, dissemos, como estando em suspensão, mas têm sempre uma tendência a descerem; quando eles sobem, é que foram solicitados pelo movimento do olho de baixo para cima; chegados a uma certa altura, fixando-se o olho, vê-se o disco descer lentamente, depois deter-se; sua mobilidade é extrema, porque lhe basta um movimento imperceptível do olho para fazer percorrer ao raio visual toda amplitude do ângulo em sua abertura no espaço, onde a imagem se projeta.
Outro tanto dizemos das centelhas que se conduzem, algumas vezes, em maços ou feixes mais ou menos compactos, pela contração dos músculos do olho, e que se devem, provavelmente, à fluorescência ou à eletricidade naturais da íris, uma vez que são, geralmente, circunscritos na circunferência desse órgão.
De semelhantes ilusões não podem provir senão uma observação incompleta; quem haja estudado seriamente a natureza dos Espíritos por todos os meios que a ciência prática dá, compreenderá tudo o que elas têm de pueril. Se esses glóbulos aéreos fossem Espíritos, seria necessário convir que estariam constrangidos a um papel muito mecânico para seres inteligentes e livres; papel possivelmente fastidioso para Espíritos inferiores, com a mais forte razão incompatível com a idéia que fazemos dos Espíritos superiores.
Os únicos sinais que podem, verdadeiramente, atestar a presença dos Espíritos são os sinais inteligentes. Enquanto não se provar que as imagens das quais acabamos de falar, tivessem elas mesmo a forma humana, têm um movimento próprio, espontâneo, com caráter intencional evidente e acusando uma vontade livre, não veremos aí senão simples fenômenos fisiológicos ou de ótica. A mesma observação se aplica a todos os gêneros de manifestações, e sobretudo aos ruídos, às pancadas, aos movimentos insólitos de corpos inertes que milhares de causas físicas podem produzir. Nós o repetimos, tanto que um efeito não seja inteligente por si mesmo, e independente da inteligência dos homens, é necessário considerá-lo duas vezes antes de atribuí-lo aos Espíritos.