domingo, 1 de novembro de 2009

VÍNCULOS SOCIAIS

Vivendo isoladamente o ser humano não tem oportunidades de vivenciar a tolerância, a paciência e o respeito pelas opiniões que divirjam das suas. Por esse motivo o ser humano carece de vínculos sociais. Como acontece em grupos familiares onde em muitas ocasiões desafetos se atraem mutuamente para o convívio doméstico. Ou ainda, grupos selecionados conforme os interesses comuns, mas de qualquer forma, o ser humano avança tendo que aprender a lidar consigo mesmo em meio ao convívio social.

Não é de se estranhar, portanto, que ocorram atritos quando estamos em algum grupo. A convivência constante nos faz conhecer as manias uns dos outros. Por vezes, como isso nos incomoda, e se não soubermos administrar pode crescer ao ponto de se tornar um constante aborrecimento. A grande pergunta que devemos fazer é o que existe por detrás dessas constantes divergências em grupo?

Certamente não faltaram aqueles companheiros mais ousados que num ágil exercício intelectual buscaram respostas nas vidas pregressas, por vezes projetando total responsabilidade nessas circunstâncias. Essa terceirização de responsabilidades nos faz dissimular a iniciativa que devemos tomar no sentido de transformar a nós mesmos perante situações que nos aborreçam.

A pergunta mais apropriada a ser feita seria mais ou menos assim: o que a outra pessoa faz que aguça dessa maneira meu egoísmo? Preciso tornar consciente o que me incomoda para então agir. Esses são alguns dos desafios que a convivência em grupo nos propicia para amadurecermos.

Não ocorre o mesmo tipo de situação em agrupamentos religiosos, como o caso dos centros espíritas? Depois de muito tempo juntos, coisas que antes não percebíamos passam a incomodar. Começa-se a ouvir alguns comentários padrões, o ambiente anda ruim, estou desmotivado, as pessoas não me entendem, não reconhecem meu trabalho, deve ser uma obsessão coletiva, etc. Na maioria das vezes a única coisa que falta é trabalho para ocupar a mente ociosa que tem tempo de criar problemas.

Entretanto, não devemos julgar essas dificuldade como sendo inaceitáveis. É perfeitamente normal na convivência em grupo. Algumas vezes onde enxergamos problemas algumas pessoas conseguem enxergar oportunidades para crescer. O ser humano tem alterações nos rumos de sua vida, possui também a liberdade de escolha. Será melhor? Será pior? Isso depende de variadas circunstâncias e de decisões que tomarmos a cada passo.

Não devemos achar estranho que o ser humano tenha um invencível desejo de constante mudança, está latente em nós a busca pelo progresso. E cada qual busca o progresso conforme seu entendimento e suas prioridades momentâneas. Precisamos na verdade aprender a sermos menos implicantes. Se sobra tempo para repararmos e criticarmos a vida alheia é porque andamos com muito tempo livre. Colocando as mãos no trabalho os pensamentos aos poucos tendem a seguir o mesmo caminho, e vai parecer que os problemas sumiram.

Diante da crise aposte no trabalho e faça silêncio, pois se você fala de alguém tenha certeza de que em algum lugar alguém também está falando de ti. Pois você também pode possuir defeitos que sequer desconfia ainda.

FREI FELIPE

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