domingo, 26 de fevereiro de 2012

O OBSESSOR E A NOSSA MANIA DE TRANSFERIR RESPONSABILIDADES ANTE OS PROBLEMAS.

Não é nenhuma novidade nosso hábito de jogar a responsabilidade de nossos problemas sobre os outros. É sempre mais fácil fugir dos problemas do que enfrentá-lo. Temos um comportamento entranhado que se reflete nos grupos sociais e nas religiões que criamos.

As imagens dos diabinhos tentadores influenciando os pecados dos seres humanos é uma imagem que mudou de figura, mas não sai do imaginário popular. É fácil constatar que o movimento espírita, nas pessoas que o compõem, não se liberou desse vício comportamental.

Deixamos para lá a figura infernal, com chifres e tridentes, mas elegemos o obsessor como atual bode expiatório. Basta que soframos para acusar os espíritos por nossos problemas. Caindo sempre no mesmo desculpismo que nos retarda a senda evolutiva. A culpa é sempre dos outros.

Nunca nos damos conta de que são nossos hábitos inapropriados, nossos pensamentos invigilantes que nos colocam em sintonia com nossos iguais. Não precisamos de influência espiritual alguma para ser complicados e infelizes. Apesar de existir essa influência ela tem se tornado uma desculpa, outra razão para postergarmos indefinidademnte a tão necessária tranformação moral. A tal que falamos tanto e nunca fazemos.

Vejam a situação dos grupos espíritas, os dedos que se erguem para apontar e recriminar com total falta de caridade companheiros de ideal. Não é difícil ouvir alguém levantar a suspeita com relação aos processos obsessivos por que passam médiuns e grupos de estudo, sempre lançando ao vento critícas em cochichos mal disfarçados. Lembramos sempre dos pobres obsessores espirituais, mas quase sempre esquecemos dos invigilantes obsessores encarnados sentados entre nós.

Por incrivível que possa parecer somos os maiores obsessores de nós mesmos e daqueles que conosco convivem. Lembremos que os espíritos se aproximam de nós por sintonia. Entretanto, a literatura espírita de baixa qualidade está repleta de tramas obsessivas espetaculares que nos colocam em guarda uns com os outros, buscando em cada sinal uma evidência do processo obsessivo por que passa determinado médium ou agrupamento. Será que esqueceram que a principal razão da existência da Doutrina Espírita é a mudança de comportamento? Jesus já tratava disso e sem compreendê-lo as pessoas em torno dele criaram uma religião comercial e interesseira. A caça as bruxas não ficou na idade média e segue sendo estimulada no imaginário das pessoas através de textos e palavras mal colocadas.

É preciso muito tempo livre para se ocupar com picuinhas e questões de pouca importância. Somente o desocupado tem tempo para acusar seu irmão por ter defeitos que ele mesmo possui. Ao invés de nos revoltarmos sejamos gratos aqueles que o fazem, pois se for realidade teremos descoberto por onde devemos começar a mudar nosso comportamento, enquanto alguns companheiros de jornada seguirão com a velha praxe de fechar os olhos para os próprios defeitos e delegarão todas as responsabilidades aos outros (desencarnados e encarnados).

Lembremos que a paciência é uma virtude que precisa ser sempre exercitada e que cada criatura tem seu próprio ritmo de progresso e compreensão.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

AOS ESPÍRITAS RUSSOFÔNOS, UM APELO AO BOM SENSO.

São Petersburgo durante o século XIX até o período da Revolução de 1917 foi um grande centro de divulgação do Espiritismo. As correspondências frequentes com Allan Kardec ajudaram a compor inúmeros artigos na Revista Espírita, editada em Paris. As reuniões em São Petersburgo não resumiam-se a uma infantil curiosidade, o objetivo principal das reuniões não era apenas conversar com os espíritos. A análise dos resultados, a reflexão das consequências filosóficas com o conhecimento daquilo que se aprendia no contato com os espíritos ajudava a desenvolver as bases do que conhecemos por Doutrina Espírita.

Infelizmente, após a Revolução esses grupos se desfizeram, e a tradição russa de um espiritismo sério parece ter se perdido. Atualmente quando se ouve falar em Espiritismo em países russofonos encontramos pessoas que falam de se divertir com comunicações mediúnicas, ou de espíritos de extraterrestres que invadem nossos corpos, ou até crianças especiais que existem entre nós para uma transformação mundial. Isso pode ter recebido o nome de Espiritismo na Rússia, mas está longe de ser a Doutrina Espírita, que não foi criada por Allan Kardec, mas organizada por ele a partir de observações sérias, por inúmeros correspondentes, inclusive com a participação de grupos de São Petersburgo.

Antes de mais nada, ser espírita é se preocupar em se tornar uma pessoa melhor, devota ao bem e a caridade ao próximo. Ser espírita é não aceitar idéias supersticiosas, é em tudo utilizar o raciocínio e caminhar ao lado das descobertas científicas. Aceitar ideias que povoam os contos de fada é colocar uma ciência séria, como o Espiritismo, entre as piadas do mundo moderno. O Espiritismo se apoia em fatos, em estudos, tem uma filosofia desenvolvida a partir dessas observações.

A vida continua após a morte, existe esperança para nossas dores, por mais insuportáveis que pareçam, e aqueles que já partiram podem se comunicar conosco através da mediunidade. Entretanto, isso não é um divertimento, e o aspecto principal do Espiritismo é o apoio que nos fornece para que tenhamos coragem de ser pessoas melhores, em um mundo que os exemplos não são sempre positivos e onde por vezes, sofremos por tentar ajudar aos outros.

Leiam as obras sérias da Doutrina Espírita já traduzidas para o russo, não são muitas ainda, mas elas vão lhes ajudar a selecionar o que é Espiritismo do que é apenas superstição. (Se alguém quiser livros espíritas em russo basta nos enviar um email que lhe enviamos o material que conseguimos).

Reflitamos mais antes de aceitar qualquer idéia como sendo verdadeira!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sonhar com um país melhor é possível!!!

Nossas grades de programação televisivas só tem espaços para programas que nada acrescentam, os telejornais fazem sensacionalismo barato explorando a dor e o sofrimento alheio, os desenhos animados exploram a violência ao extremo, se por um lado falam de campanha contra a violência por outro estimulam a luta de gladiadores modernos com espectadores em delírios bárbaros. Existe algo errado com a mídia no Brasil.

Esse vídeo é um bom exemplo do país que queremos, para nós e nossos filhos! Ao invés de reclamar do país, façamos a diferença, façamos a nossa parte!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CATIVEIRO DO ÓDIO

O orgulho cala em meu coração.

Afligido por angústias;

Fatigado e ferido por espinhos;

Pontiagudos espinhos que dilaceram minha alma;

Tenho o furor de ferir e revidar.

Fazer aos outros o que comigo fizeram.

Ferir como fui ferido.

As lágrimas,

Lágrimas que não enxergam ,

Derramo sobre o papel enquanto escrevo.

Sou forte pelo meu desejo,

E único desejo,

De esmagar e ferir;

Esmagar e ferir quem no passado fez ruir meus sonhos.

O orgulho cala em meu coração.

Sem forças,

Fraco e doente não posso cumprir com aquilo que me move a alma.

Ouço vozes a me dizer:

- Perdoa! Esquece! O mal que te afliges tem origem em teu próprio coração. Esqueces para que volte a viver e a dor que consome tuas forças possa desaparecer.

Aprisionei-me?

Grito e rogo em desespero.

Aprisionei-me então?

Há justiça no mal que outrora me fizeram?

Deus está agindo em favor do criminoso?

E ouço novamente a voz em minha alma aflita:

- Deus quer a remissão do pecador. Não sofres tu pelo mal que lhe fizeram, mas pelo ódio que aprisiona tua alma à dor. Deixai cada um com suas obras e trabalhai arduamente no próprio restabelecimento.

Enquanto essas palavras não compreendi em martírio segui meus dias. O orgulho calou-se em meu coração.

Não sofro mais por orgulho.

Libertei-me do cativeiro do ódio.

 

O autor espiritual não se identificou ao final. Texto psicografado em 14 de dezembro de 2009. Médium Rafael de Figueiredo.