domingo, 23 de dezembro de 2012

CIÊNCIA E ESPIRITISMO

DIFERENTEMENTE DE OUTRAS DOUTRINAS, O ESPIRITISMO ESTIMULA SEUS ADEPTOS A LIBERDADE DE ENTENDIMENTO. A NÃO DOGMATIZAÇÃO DE SEUS POSTULADOS ABRE A POSSIBILIDADE PARA QUE CADA INDIVÍDUO ACEITE O QUE SUA RAZÃO PUDER COMPREENDER; PROFESSAR UMA CRENÇA QUE NÃO ENTENDEMOS SIGNIFICA ADOTAR UMA INVERDADE ÍNTIMA COMO REALIDADE, CONSTITUINDO UMA AGRESSÃO AO DIREITO DE LIVRE-ARBÍTRIO.(FREI FELIPE).

Veja bem, todo aquele que teve a oportunidade de concluir no mínimo o segundo grau, tem um relativo grau de instrução. Se tentarmos nos recordar de nossas aulas de química, com certa facilidade lembraremos do modelo atômico a nós apresentado, também o exploramos nas aulas de física.

Composto de núcleo e certo número de órbitas que variavam conforme a sua composição, conforme o elemento químico que representavam. Desta forma o número de órbitas variava em concordância com o número de elétrons que circundavam o núcleo. Mas a própria ciência reformulou este modelo, o átomo foi desmontado em mais algumas partes e seu funcionamento vem confundindo a cabeça de muitos estudiosos. Existe atualmente mais espaços vazios (ou desconhecidos) no interior destes átomos do que conteúdos que saibamos reconhecer.

Tomemos um exemplo, a sensação de tato é dada pelo contato entre esses elétrons. Portanto, não tocamos em nada, mas sentimos as cargas negativas que estes objetos possuem em sua formação atômica e isto nos dá a sensação de ter tocado algo. Mas espera aí, então a matéria não existe? Nosso corpo também é formado de elétrons, como ficamos? Para falar a verdade hoje a ciência nem sabe mais o que nós somos ou do que somos constituídos.

Mas estes mesmos físicos, que através das teorias da física quântica, que foi muito influenciada pelas descobertas de Einstein no século XX, falam de um elétron positivo, que é semelhante e encontra-se em oposição ao seu correspondente negativo, esse que nos acostumamos a conhecer na escola. Não o vemos, mas conseguimos detectá-lo pela influência que exercem em experimentos. Existiria então um mundo em posição oposta ao nosso, outro plano, um universo similar ao que residimos?

Acontece que a vibração de cada elemento os caracteriza e desta forma se fazem visíveis a nossa percepção ou não, esses diferentes padrões de vibração determinam diferentes organizações funcionais, conforme onde se encontra desenvolvida essa nossa percepção os percebemos ou não, porque nós também estamos organizados em vibrações diferentes e revestidos por átomos que variam também em sua formação. Se fosse possível acelerar demasiadamente uma partícula ela desapareceria para nós e reapareceria neste outro plano? O que para nós fica imaterial, neste outro plano transforma-se em matéria? Mas o mesmo Einstein formulou a teoria da relatividade, que nos diz que é impossível acelerar algo até a velocidade da luz, como fica este postulado? Sabemos que não alcançamos a velocidade da luz, mas isso ocorre porque ao nos aproximarmos destes valores a partícula acelerada se transmuta em outra forma de matéria? Estamos diante da constatação de uma velocidade negativa, o que já foi comprovado por Paul Dirac em experimentos.

Hoje cientistas se aproximam de um beco sem saída, Procuram uma teoria de unificação da física, mas sem se darem contas estão se aproximando da constatação da espiritualidade, mas não como algo sobrenatural e sim como um universo paralelo capaz de ser compreendido por outras leis físicas particulares a sua própria condição de existência.

Quando John Eccles, vencedor do prêmio Nobel de medicina de 1963 afirmou que as alternativas mecanicistas para explicar a consciência estavam esgotadas, e que a melhor alternativa era admitir a existência de algo extra-material a coordenar nossos pensamentos ele foi ignorado. Sua proposta foi tida, por alguns, como desvario da idade.

Roger Penrose, um dos maiores especialistas da atualidade em física relativista, catedrático em Oxford, tenta explicar esta mesma consciência através dos microtúbulos, um dos componentes formadores do cito-esqueleto celular. Saltos quânticos são as viagens dimensionais que nos colocam em contato constante com este universo paralelo? Se for isso o que existe lá? Se ao tentar explicar nossa consciência, e os modelos mais avançados caem nesta situação, onde está aquele que comanda nosso cérebro?

Aí então nos deparamos com uma inteligência que existe fora da matéria. Isso quem está dizendo não é nenhum Espírito, quem aponta nesta direção é a ciência humana, estes mesmos Homens de carne que teimam em não perceber o que está diante de seus olhos, bastando que encaixem as peças.

A inteligência é espiritual, existe e comanda nosso corpo de um universo paralelo. É lá que existimos, nós estamos lá comandando um corpo formado por átomos que se encontra do lado de cá. Confuso?! Pois é, mas isso prova que nós não somos este corpo de matéria densa, que existem seres que habitam um universo que é constituído de matéria organizada de uma forma diferente da nossa. Matéria sim, mas diferente da que conhecemos, onde as leis que a estruturam por conseqüência também necessariamente serão um pouco diferentes. Mas o mais importante de tudo isso, é a constatação de que “EU” não morro com o fim deste corpo, simplesmente porque “EU” não sou este corpo, eu o comando de um outro lugar, somente não me lembro exatamente disso pelas próprias diferenças no funcionamento destes lugares.

É preciso que aqueles que criticam o Espiritismo estudem mais para que não venham a parecer ingênuos ao fazer comentários sem a menor argumentação lógica. Ninguém é obrigado a aceitar nada.

A maior prova de que a ciência inicia um consistente namoro com as revelações espirituais é o fato de incluir em documentos que regem o exercício da medicina a possessão por espíritos não mais como uma doença alucinatória e sim como uma possibilidade viável de ocorrer, mesmo que inserida no contexto religioso e cultural.

Ao acompanhar médicos em pesquisas para buscar entender qual o funcionamento desta faculdade conhecida como mediunidade, que faz com que existam possibilidades de contato com este universo paralelo, e perceberem eles que existem alternativas de entendimento é prova maior do encontro que se dará no futuro entre a ciência e a espiritualidade. Se no passado a Glândula Pineal somente servia para regular a sexualidade nas primeiras etapas da vida infantil, hoje ela surge como estrutura capaz de registrar informações magnéticas, pelo mesmo funcionamento quântico que se encaminha o entendimento da consciência, a comprovar a realidade da comunicação com este outro mundo. Existe uma parte em nosso corpo material, em cada célula, elos de comunicação com esta matéria diferenciada, e que a passos largos mostra-se para a confirmação da ciência.

Se antes aceitávamos uma forma de funcionamento para este pequeno circuito a atuar em nosso cérebro, hoje, vislumbramos novas possibilidades, com novas explicações e constatações. A ignorância humana faz com que as pessoas acreditem que conceitos científicos estejam formulados com exatidão e por isso tornem-se irrevogáveis, aprisionando-nos em intransigentes formas de perceber o mundo. Muito ainda precisará ser alterado na forma limitada ao qual o ser humano se percebe e percebe ao próximo para que então, possa com melhores condições buscar entender superficialmente a obra de Deus. O progresso é continuo e independe de nossa vontade.

Frei Felipe

São Leopoldo, 5 de maio de 2005.