Foi sugerido que fizéssemos uma rápida explanação sobre o que é a Doutrina dos Espíritos, isso devido ao fato de que vários leitores do blog não estão familiarizados com as idéias do Espiritismo.
As manifestações dos espíritos sempre existiram, não são uma descoberta recente, se observarmos com atenção, perceberemos manifestações mediúnicas em todos os tempos através da história. Estão no velho e no novo testamento, nas tradições do ocidente e oriente, nas culturas milenares e indígenas, em suma, fazem parte da cultura humana. Essa constatação ultrapassa qualquer visão estreita que situe a manifestação de espíritos em uma crença específica.
No século XIX, um professor bem conceituado na França, decidiu averiguar o que havia de verdadeiro por detrás dessas manifestações, que ficaram famosas com os fenômenos das mesas girantes. Adotando rigorosa metodologia científica o professor Hypolite percebeu que as manifestações eram controladas por uma força inteligente. Uma vez que essa força realizava tarefas complexas e revelava, por diversas vezes, estar dotada de mais conhecimento do que os presentes não poderia estar associada aos participantes. É verdade que o professor Hypolite não deixou de encontrar alguns trapaceiros que acabavam denegrindo a imagem de seu objeto de pesquisa. Porém, as evidências encontradas através de manifestações bem documentadas e lavradas por grande número de respeitadas testemunhas se sobrepunha aos casos de embuste.
Durante o século XIX e no começo do século XX o número de renomados cientistas que se deteviveram sobre experiências com os fenômenos mediúnicos incluía os principais nomes da Europa e Estados Unidos. Com o objetivo de não chamar atenção pessoal, pois pretendia que a doutrina ditada pelos espíritos se sustentasse pelas próprias idéias e não por seu nome já conhecido na França, Hypolite adotou o pseudônimo de Allan Kardec.
Através de pessoas dotadas de sensibilidade para entrar em relação com os espíritos (médiuns) interrogou diferentes espíritos, com diferentes médiuns, em diferentes localidades, resultando disso “O Livro dos Espíritos”. Este livro traz as bases fundamentais das idéias desenvolvidas pelos espíritos. Por isso chamado de Doutrina dos Espíritos ou Espiritismo, pois as idéias foram de autoria dos espíritos.
Ao contrário do que as pessoas que desconheçam o Espiritismo possam supor o direito de livre pensar é amplamente estimulado pelo Espiritismo. O Espiritismo tem por base desenvolver-se lado a lado com a ciência, modificando-se se necessário, mas priorizando sempre o raciocínio lógico que o caracteriza.
Quando se tem convicção de algo por que isto é compreendido nossa fé se fortalece, tornando-se capaz de enfrentar os desafios existenciais. Este é o principal motivo que faz o Espiritismo estimular o entendimento e jamais a fé cega. Na Doutrina Espírita não deve haver líderes instituídos ou guardiões da verdade. Infelizmente, as imperfeições humanas nos fazem tropeçar nessa dificuldade, produto do orgulho e da vaidade, mas não devem ser levadas em consideração. O Espiritismo é um conjunto de idéias desenvolvido coletivamente e que progride na mesma medida em que nos tornamos capazes de galgar novos degraus na escala evolutiva. Portanto, independente do livro, do autor ou do espírito que expõe um conceito, essas idéias devem ser lavradas pela lógica, e, sempre estimulando o bem coletivo. Não temos somente o direito de refletir, mas o Espiritismo nos coloca isso como um dever, pois o crente cego é mais prejudicial do que um contestador sincero. Sendo assim o Espiritismo não deve ser jamais confundido com a opinião pessoal de quem quer que seja.
Eis o Espiritismo, que defende a liberdade de refletir, sem segregar, respeitando as diferenças e estimulando a fraternidade entre as criaturas. Abraçando as diferentes culturas e religiões por entender que se Deus é Amor todos somos invariavelmente irmãos aos seus olhos.
John
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