A influência dos espíritos em nossas vidas pode se dar de modo positivo, através de sensações de ânimo ou conselhos velados transmitidos durante o sono, ou ainda, negativo, quando acontece através de uma condução de consequências desagradáveis.
A maioria das pessoas crê que a influência espiritual ocorra somente da parte de desencarnados (espíritos) sobre os encarnados, porém ela pode existir no sentido contrário. É muito comum termos notícias de espíritos que solicitam a seus familiares que parem de os chamar, pois os mesmos não estão bem e não tem possibilidades de atender-lhes os caprichos. A influência entre vivos também é notória, quantas relações amorosas podem ser chamadas de doentias.
Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, cuidou de classificar a influência que os espíritos podem ter sobre os médiuns, chamando de Obsessão esse processo continuado e de consequências desagradáveis.
Pois, vejamos, a obsessão simples é a influência continua que um espírito tem sobre uma pessoa. Em um caso prático podemos citar uma situação onde um mesmo espírito insista em escrever textos através da psicografia, mesmo que seus escritos não sejam agradáveis nem expressem a verdade.
A fascinação é talvez a forma de obsessão mais complexa, pois como o próprio nome o diz, a pessoa passa a se proteger de toda e qualquer crítica construtiva que lhe pudesse ajudar. Imaginemos um médium que recebendo textos sem sentido de um espírito qualquer perdesse a capacidade de avaliar com bom senso esse material. O fato de outra pessoa lhe chamar a atenção lhe atiçaria o orgulho e lhe faria deixar de ouvir essa pessoa para manter-se fiel aos seus textos, mesmo que ruins. A fascinação joga com o orgulho do médium, e usa esse mesmo mecanismo nas situações cotidianas. Quantas vez vemos filhos dando maior importância a opinião equivocada de um amigo que é uma influência negativa do que de alguém da família que somente lhe deseja o bem? É o fascinado.
Os casos mais sérios de obsessão são denominados subjugação ou possessão. É quando a pessoa é influenciada a nível físico e orgânico, tendo tolhida sua capacidade de decidir por conta própria e, por vezes, chegando mesmo a se auto agredir.
É preciso lembrar que somente atraímos para nós aquilo que cultivamos com nossas atitudes e pensamentos. Se nossas companhias espirituais são tão desagradáveis é porque precisamos mudar urgentemente nossos hábitos. A prece, o estudo, a prática da caridade, em resumo, a transformação do nosso comportamento para melhor é o remédio eficaz para esses males.
Antes de culpar esses espíritos doentes que tem suas razões para nos perseguir, talvez por questões do passado, lembremos que são apenas companheiros equivocados e que precisam ser conquistados pelo exemplo de tolerância e paciência. Não se vence o mal com o mal, mas apenas o amor tem condições de suplantá-lo.
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