domingo, 25 de março de 2012

COMO ACONTECE O FENÔMENO MEDIÚNICO?

Hoje vamos tentar tratar de um tema que desperta a curiosidade de inúmeros leitores: Como acontece o fenômeno mediúnico?

Para compreender o fenômeno mediúnico antes de tudo é preciso falar sobre um elemento conhecido na literatura espírita por ECTOPLASMA. Não confundam com o Ectoplasma celular de que trata os livros de biologia. O termo ECTOPLASMA foi criado por Charles Richet, médico francês vencedor do Prêmio Nobel de medicina. Charles Richet, assim como outros conceituados cientistas estudou demoradamente os fenômenos mediúnicos, principalmente fenômenos de efeitos físicos (Materializações, transportes e deslocamento de objetos). Através de suas pesquisas descobriu que para que um fenômeno físico pudesse ser produzido pelos espíritos era necessário um elemento de ligação entre a matéria rarefeita (espiritual) e a matéria grosseira (como a conhecemos), que constatou ser produzida no organismo dos médiuns. Uma espécie de pasta gasosa, que variava em densidade e coloração de um evento a outro.

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Foi fácil compreender que os espíritos utilizavam essa substância e a manipulavam dando a ela a forma desejada ou revestindo-a sobre certos objetos que gostariam de deslocar. Pesquisas recentes sinalizam na direção de que essa substância seria um substrato residual do ciclo de Krebs durante o processo de respiração celular. Entretanto, ainda não se conseguiu uma comprovação exata nesse sentido.

O ECTOPLASMA seria, portanto, uma forma de matéria que permitiria estabelecer um elo de ligação entre o mundo dos vivos e o mundo dos espíritos. Sabe-se que é o ECTOPLASMA que produzimos diariamente de modo imperceptível que nos permite manter a conexão com nosso próprio corpo mantendo as funções vitais. Uma vez cessada a produção do ECTOPLASMA o espírito encarnado perde a capacidade de gerir as células que mantem seu corpo físico funcionando e temos a morte orgânica.

Do ponto de vista espiritual, esse ECTOPLASMA reveste o corpo físico formando o que os místicos através dos tempos chamaram de AURA, e que o espírito André Luiz (um médico que escreveu uma coleção de obras científicas através do médium Chico Xavier, seus livros deram origem as Associações de médicos-espíritas que se espalham pelos mundo na atualidade) preferiu chamar de DUPLO ETÉRICO. Fica fácil deduzir que todo fenômeno mediúnico depende da interação entre espírito e médium através de seu DUPLO ETÉRICO.

Se o médium apresenta qualidades que o colocam na condição de um bom ouvinte ele ouvirá o que querem dizer os espíritos quando estes se envolverem em seu fluido nervoso, ou seja, no seu ECTOPLASMA. Do mesmo modo se o médium tiver maior facilidade para a escrita ele captará os pensamentos dos espíritos que se ligarem a ele através do ECTOPLASMA e colocará no papel suas idéias. Vale o mesmo para a psicofonia (fala), ou a visão. No caso da visão o espírito poderá se materializar envolvido no ECTOPLASMA do médium ou o próprio médium se deslocará de seu corpo orgânico e por conta do ECTOPLASMA conseguirá se recordar e contar o que viu.

O fenômeno mediúnico tem inúmeras variações, depende de cada um dos envolvidos e de suas condições naquele momento, mas entendendo o processo em sua base fica mais fácil compreender a forma como se processa a mediunidade. Esse tema é infindável e certamente voltaremos a falar dele em outros textos. Compreendemos que deva existir certas dificuldades em compreender o que acabamos de escrever, existe um novo vocabulário a aprender, mas essa introdução visa facilitar a compreensão de nossos amigos e, principalmente, fornecer-lhes material para que entendendo melhor o fenômeno possam se desembaraçar de falsos médium e comunicações mediúnicas inventadas.

Atenciosamente,

François

PS. Este texto foi publicado anteriormente em russo.

domingo, 18 de março de 2012

A influência dos espíritos em nossas vidas

A influência dos espíritos em nossas vidas pode se dar de modo positivo, através de sensações de ânimo ou conselhos velados transmitidos durante o sono, ou ainda, negativo, quando acontece através de uma condução de consequências desagradáveis.

A maioria das pessoas crê que a influência espiritual ocorra somente da parte de desencarnados (espíritos) sobre os encarnados, porém ela pode existir no sentido contrário. É muito comum termos notícias de espíritos que solicitam a seus familiares que parem de os chamar, pois os mesmos não estão bem e não tem possibilidades de atender-lhes os caprichos. A influência entre vivos também é notória, quantas relações amorosas podem ser chamadas de doentias.

Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, cuidou de classificar a influência que os espíritos podem ter sobre os médiuns, chamando de Obsessão esse processo continuado e de consequências desagradáveis.

Pois, vejamos, a obsessão simples é a influência continua que um espírito tem sobre uma pessoa. Em um caso prático podemos citar uma situação onde um mesmo espírito insista em escrever textos através da psicografia, mesmo que seus escritos não sejam agradáveis nem expressem a verdade.

A fascinação é talvez a forma de obsessão mais complexa, pois como o próprio nome o diz, a pessoa passa a se proteger de toda e qualquer crítica construtiva que lhe pudesse ajudar. Imaginemos um médium que recebendo textos sem sentido de um espírito qualquer perdesse a capacidade de avaliar com bom senso esse material. O fato de outra pessoa lhe chamar a atenção lhe atiçaria o orgulho e lhe faria deixar de ouvir essa pessoa para manter-se fiel aos seus textos, mesmo que ruins. A fascinação joga com o orgulho do médium, e usa esse mesmo mecanismo nas situações cotidianas. Quantas vez vemos filhos dando maior importância a opinião equivocada de um amigo que é uma influência negativa do que de alguém da família que somente lhe deseja o bem? É o fascinado.

Os casos mais sérios de obsessão são denominados subjugação ou possessão. É quando a pessoa é influenciada a nível físico e orgânico, tendo tolhida sua capacidade de decidir por conta própria e, por vezes, chegando mesmo a se auto agredir.

É preciso lembrar que somente atraímos para nós aquilo que cultivamos com nossas atitudes e pensamentos. Se nossas companhias espirituais são tão desagradáveis é porque precisamos mudar urgentemente nossos hábitos. A prece, o estudo, a prática da caridade, em resumo, a transformação do nosso comportamento para melhor é o remédio eficaz para esses males.

Antes de culpar esses espíritos doentes que tem suas razões para nos perseguir, talvez por questões do passado, lembremos que são apenas companheiros equivocados e que precisam ser conquistados pelo exemplo de tolerância e paciência. Não se vence o mal com o mal, mas apenas o amor tem condições de suplantá-lo.

terça-feira, 6 de março de 2012

OS ESPÍRITOS NÃO ENTRAM NO NOSSO CORPO!

Algumas vezes temos ouvido pessoas se questionarem a respeito da possibilidade de espíritos entrarem no corpo das pessoas. Deixemos as pessoas mais tranquilas, nenhum espírito tem condições de penetrar no corpo de ninguém. Esse tipo de crença advém da falta de conhecimento de como se processa a comunicação mediúnica.

Sabe-se através do Espiritismo que o espírito que se comunica em um fenômeno de intercâmbio mediúnico não o faz entrando no corpo do médium, mas atuando sobre seu sistema nervoso. A maioria dos espíritos que o faz não tem conhecimento técnico de como agem, atuam desconhecendo o processo. Assim como nós piscamos os olhos sem saber como isso acontece, ou nosso coração bate sem que para isso tenhamos que nos concentrar, são processos automáticos do organismo.

Sabemos que quando o espírito se prepara para reencarnar, ele estabelece o vínculo com a matéria junto ao útero materno, onde seu psiquismo, treinado através do processo evolutivo, prepara um organismo específico para seu retorno à vida corporal. Portanto, é um corpo específico para o espírito que o ajudou a moldar e nenhum outro espírito tem condições de sustentá-lo vivo. O único momento em que este corpo será abandonado pelo espírito que o auxiliou na formação é morte. Quando então o espírito retorna a vida espiritual e o corpo entra em processo de decomposição.

Se qualquer outro espírito o fizesse não teria condições de manter as funções celulares em harmonia, interrompendo o equilíbrio existente para a manutenção da vida.

Durante o sono ou em fenômenos mediúnicos conhecidos por desdobramento, o espírito encarnado pode se distanciar mais ou menos longe de seu corpo físico para cumprir com tarefas enquanto seu corpo físico dorme. Porém, sempre se mantem vinculado a este, retornando imediatamente se assim for necessário.

O fenômeno mediúnico se dá através da influência do espírito que quer se comunicar, de modo consciente ou não, sobre o sistema nervoso do médium. Ora, partamos do princípio que todas as pessoas são espíritos reencarnados que comandam seus próprios corpos, por uma questão evidente poderemos sofrer a influência de outros espíritos. Os médiuns seriam aquelas pessoas mais sensíveis a essas influências. A nossa relação com espíritos bons ou ruins depende das companhias que conquistamos com nossos pensamentos e comportamentos.

Bons espíritos são discretos, humildes, e normalmente dispostos a nos ajudar sem que sequer saibamos que estão junto de nós. Já os espíritos ignorantes ou mal intencionados não tem a menor preocupação em não interferir em nossas vidas e podem a todo instante nos influenciar para que façamos bobagens ou que em estado de irritação nos desentendamos com as pessoas a nossa volta.

Essas influências nocivas que os espíritos podem ter sobre nós se não tomarmos cuidado com o que pensamos e fazemos damos o nome de obsessão. Que nada mais é do que a ação persistente de um espírito indesejado em nossa vida. Esse tipo de relação espiritual é natural, não tem nenhuma relação com o fato de pertencermos a uma religião determinada ou acreditarmos que os espíritos estejam ao nosso lado.

Deixemos para falar da obsessão em outro texto. O mais importante é que compreendamos que nenhum espírito pode ingressar no nosso corpo. Faz muito tempo que se conhece isso e opiniões contrárias se devem somente a falta de melhor informação.