Hoje vamos tentar tratar de um tema que desperta a curiosidade de inúmeros leitores: Como acontece o fenômeno mediúnico?
Para compreender o fenômeno mediúnico antes de tudo é preciso falar sobre um elemento conhecido na literatura espírita por ECTOPLASMA. Não confundam com o Ectoplasma celular de que trata os livros de biologia. O termo ECTOPLASMA foi criado por Charles Richet, médico francês vencedor do Prêmio Nobel de medicina. Charles Richet, assim como outros conceituados cientistas estudou demoradamente os fenômenos mediúnicos, principalmente fenômenos de efeitos físicos (Materializações, transportes e deslocamento de objetos). Através de suas pesquisas descobriu que para que um fenômeno físico pudesse ser produzido pelos espíritos era necessário um elemento de ligação entre a matéria rarefeita (espiritual) e a matéria grosseira (como a conhecemos), que constatou ser produzida no organismo dos médiuns. Uma espécie de pasta gasosa, que variava em densidade e coloração de um evento a outro.
Foi fácil compreender que os espíritos utilizavam essa substância e a manipulavam dando a ela a forma desejada ou revestindo-a sobre certos objetos que gostariam de deslocar. Pesquisas recentes sinalizam na direção de que essa substância seria um substrato residual do ciclo de Krebs durante o processo de respiração celular. Entretanto, ainda não se conseguiu uma comprovação exata nesse sentido.
O ECTOPLASMA seria, portanto, uma forma de matéria que permitiria estabelecer um elo de ligação entre o mundo dos vivos e o mundo dos espíritos. Sabe-se que é o ECTOPLASMA que produzimos diariamente de modo imperceptível que nos permite manter a conexão com nosso próprio corpo mantendo as funções vitais. Uma vez cessada a produção do ECTOPLASMA o espírito encarnado perde a capacidade de gerir as células que mantem seu corpo físico funcionando e temos a morte orgânica.
Do ponto de vista espiritual, esse ECTOPLASMA reveste o corpo físico formando o que os místicos através dos tempos chamaram de AURA, e que o espírito André Luiz (um médico que escreveu uma coleção de obras científicas através do médium Chico Xavier, seus livros deram origem as Associações de médicos-espíritas que se espalham pelos mundo na atualidade) preferiu chamar de DUPLO ETÉRICO. Fica fácil deduzir que todo fenômeno mediúnico depende da interação entre espírito e médium através de seu DUPLO ETÉRICO.
Se o médium apresenta qualidades que o colocam na condição de um bom ouvinte ele ouvirá o que querem dizer os espíritos quando estes se envolverem em seu fluido nervoso, ou seja, no seu ECTOPLASMA. Do mesmo modo se o médium tiver maior facilidade para a escrita ele captará os pensamentos dos espíritos que se ligarem a ele através do ECTOPLASMA e colocará no papel suas idéias. Vale o mesmo para a psicofonia (fala), ou a visão. No caso da visão o espírito poderá se materializar envolvido no ECTOPLASMA do médium ou o próprio médium se deslocará de seu corpo orgânico e por conta do ECTOPLASMA conseguirá se recordar e contar o que viu.
O fenômeno mediúnico tem inúmeras variações, depende de cada um dos envolvidos e de suas condições naquele momento, mas entendendo o processo em sua base fica mais fácil compreender a forma como se processa a mediunidade. Esse tema é infindável e certamente voltaremos a falar dele em outros textos. Compreendemos que deva existir certas dificuldades em compreender o que acabamos de escrever, existe um novo vocabulário a aprender, mas essa introdução visa facilitar a compreensão de nossos amigos e, principalmente, fornecer-lhes material para que entendendo melhor o fenômeno possam se desembaraçar de falsos médium e comunicações mediúnicas inventadas.
Atenciosamente,
François
PS. Este texto foi publicado anteriormente em russo.