O orgulho cala em meu coração.
Afligido por angústias;
Fatigado e ferido por espinhos;
Pontiagudos espinhos que dilaceram minha alma;
Tenho o furor de ferir e revidar.
Fazer aos outros o que comigo fizeram.
Ferir como fui ferido.
As lágrimas,
Lágrimas que não enxergam ,
Derramo sobre o papel enquanto escrevo.
Sou forte pelo meu desejo,
E único desejo,
De esmagar e ferir;
Esmagar e ferir quem no passado fez ruir meus sonhos.
O orgulho cala em meu coração.
Sem forças,
Fraco e doente não posso cumprir com aquilo que me move a alma.
Ouço vozes a me dizer:
- Perdoa! Esquece! O mal que te afliges tem origem em teu próprio coração. Esqueces para que volte a viver e a dor que consome tuas forças possa desaparecer.
Aprisionei-me?
Grito e rogo em desespero.
Aprisionei-me então?
Há justiça no mal que outrora me fizeram?
Deus está agindo em favor do criminoso?
E ouço novamente a voz em minha alma aflita:
- Deus quer a remissão do pecador. Não sofres tu pelo mal que lhe fizeram, mas pelo ódio que aprisiona tua alma à dor. Deixai cada um com suas obras e trabalhai arduamente no próprio restabelecimento.
Enquanto essas palavras não compreendi em martírio segui meus dias. O orgulho calou-se em meu coração.
Não sofro mais por orgulho.
Libertei-me do cativeiro do ódio.
O autor espiritual não se identificou ao final. Texto psicografado em 14 de dezembro de 2009. Médium Rafael de Figueiredo.
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