sexta-feira, 19 de outubro de 2012

CRIANÇAS QUE FALAM COM ESPÍRITOS

Reportagem antiga da Revista Isto É de 2007 que vem no embalo de nosso novo livro “INFÂNCIA E MEDIUNIDADE”.
Mediunidade infantil


Diana embalava o filho em frente a uma parede repleta de fotos na casa de sua mãe,em Brasília. Uma delas, envelhecida pelo tempo, chamou a atenção do pequeno Roberto, então com pouco mais de um ano. O garoto apontou a jovem que aparecia no retrato: “Vovó.” A mãe achou estranho. “Sim, esta era a minha avó, sua bisa”, explicou. E perguntou como ele adivinhara, já que ninguém havia mostrado aquela imagem ao menino.
Roberto apenas tocou o colo da moça no retrato. “Dodói”, disse. Na foto, nenhum machucado aparente. O assombro tomou conta da sala quando Liana se recordou que a avó, já idosa, faleceu em decorrência de um câncer de mama. “Meu filho sabia daquilo sem que ninguém tivesse lhe contado”, resume o pai, Ricardo Movits. Ninguém deste mundo, é bom ressaltar.

Antes de tachar a história do menino Roberto de mentira, fantasia ou maluquice, vale lembrar que Chico Xavier, o maior médium brasileiro, teve sua primeira experiência mediúnica aos cinco anos, quando sua mãe faleceu e, em espírito, passou a visitá-lo.
Roberto, hoje com quatro anos, também diz receber a visita de parentes falecidos. E de modo assíduo. Contou que a avó freqüenta sua casa para lhe ensinar coisas sobre a vida e a morte. “Ela disse que as pessoas que morrem viram anjinhos e depois voltam a ser bebês”, afirma. Em outra ocasião, Roberto surpreendeu o pai ao comentar que o avô havia morrido porque fumava demais. “Entrou muita fumaça no peito dele”, completou.
Essas supostas habilidades do menino poderiam ser explicadas por meio da mediunidade. Estudada por religiosos, psiquiatras e até neurologistas, a mediunidade é a capacidade de ver e ouvir espíritos ou realizar fenômenos paranormais – como incorporação e clarividência – por intermédio de agentes externos. Ou seja, de entidades espirituais que utilizam o corpo do médium como veículo para se manifestar.

A comunicação com amigos invisíveis aos olhos dos pais costuma ser encarada como mera fantasia. “Há momentos em que a ilusão predomina e a criança transforma em real o que é apenas o seu desejo inconsciente”, considera a psicanalista Ana Maria Sigal, coordenadora do grupo de trabalho em psicanálise com crianças do Instituto Sedes Sapientiae. “Ao brincar com um amigo imaginário, ela nega a solidão e cria um espaço no qual é dona e senhora. Já falar com parentes falecidos é uma forma de negar uma realidade dolorosa e se sentir onipotente, capaz de reverter a morte”, acrescenta Ana Maria.
A interpretação é a mesma da maioria dos pediatras. Presidente do Instituto da Família, que estuda as relações familiares, o médico Leonardo Posternak afirma que esse tipo de fantasia permite à garotada chamar atenção. Segundo ele, as crianças percebem se os pais demonstram admiração por seu suposto dom. Ou se aproveitam do carinho especial recebido quando os pais desconfiam que o filho tem algum distúrbio psíquico.

Mas e quando surgem fatos capazes de assombrar os mais céticos, como o pequeno subitamente falar outra língua? “É importante que sejamos humildes para admitir que muita coisa ainda escapa à medicina cartesiana. Em vez de dizer aos pais que o filho não tem nada ou que os sintomas vão passar, seria mais honesto dizer que a medicina vigente não é capaz de diagnosticar o que se passa com ele”, afirma Posternak.
No vácuo deixado pela medicina, avançam cada vez mais as explicações alternativas que conciliam ciência e transcendência. Se uma criança descreve e dá nome a um amigo imaginário e a família descobre, ao investigar, que a descrição corresponde à de uma pessoa de verdade, que habitou a casa no passado, a linha entre ficção e realidade desaparece. É o que assegura Reginaldo Hiraoka, coordenador do curso de parapsicologia das Faculdades Integradas “Espírita”, a única do gênero no Brasil, em Curitiba. “O mesmo ocorre quando crianças afirmam se lembrar de vidas passadas e citam episódios verídicos sem jamais terem ouvido algo a respeito”, acrescenta.
Mas nem sempre a convivência com o sobrenatural é tranqüila. Às vezes, os amiguinhos imaginários são substituídos por monstros que atrapalham o sono dos pequenos e os tornam arredios, agressivos ou profundamente tímidos. Como no filme Sexto sentido, de Night Shyamalan, crianças se dizem assombradas por imagens de espíritos que vagam com ferimentos ou fraturas expostas, exatamente como estavam quando morreram.

Segundo a doutrina espírita, isso acontece quando os espíritos desencarnados não conseguem se desprender do plano físico, seja por não terem se dado conta da morte, seja por não a aceitarem. Também é possível que um espírito persiga uma criança por ter sido ligado a ela em uma vida pregressa. “Imagine se seu bebê foi uma pessoa má na encarnação anterior e prejudicou alguém que, agora, se sente no direito de atrapalhar seu caminho”, cogita a autora do livro Mediunidade em crianças, Agnes Henriques Leal. Conforme a tese espírita, é possível que esse filho sofra horrores com a influência de seres assustadores.


Há muitos psiquiatras adeptos do espiritismo que atendem crianças e adultos atormentados por fenômenos inexplicáveis. Um deles é Sérgio Felipe de Oliveira, diretor da Associação Médico-Espírita de São Paulo e autor da tese de que a mediunidade nada mais é do que uma atividade sensorial – como a visão e o olfato – capaz de captar estímulos do mundo extrafísico. O órgão responsável pela mediunidade, diz Oliveira, é a glândula pineal, localizada no cérebro, que controla também o ritmo de crescimento e, na adolescência, avisa a hora de dar início à liberação dos hormônios sexuais.
Mesmo que não veja ou ouça espíritos desencarnados, é a mediunidade que faz com que uma criança seja capaz de sentir se um ambiente está carregado e a faz chorar quando um estranho com energias ruins a pega no colo. Em sua clínica, Oliveira não descarta o uso de medicamentos, mas não tem dúvida dos benefícios da atividade espiritual, prescrita por ele como terapia complementar. Oliveira diz que, antes de se afirmar que uma criança está sob influência de um espírito, é preciso descartar as hipóteses de fantasia e de distúrbios psíquicos.
A primeira etapa é entrevistar o paciente em busca de elementos que não poderiam ser ditos por ele. “É difícil diagnosticar como fantasiosa uma criança de três anos que se põe a analisar quadros de Botticelli ou a conversar em francês sem nunca ter estudado o idioma”, exemplifica. Finalmente, exames neurológicos são feitos para se verificar se a atividade no cérebro é equivalente à registrada em convulsões ou surtos de epilepsia. Normalmente, a reação é outra.

No Livro dos médiuns, Allan Kardec, codificador da doutrina, avisa que a mediunidade não deve ser estimulada em crianças, o que pode ser perigoso, já que os organismos delicados das crianças sofreriam grandes abalos. “É de se desejar que uma criança dotada de faculdade mediúnica não a exercite, senão sob a vigilância de pessoas experientes”, escreveu. Por esse motivo, em geral os pais são orientados a não incentivar os filhos a exercê-la.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

LITERATURA ESPÍRITA

Todas as vezes que abrimos um livro adentramos na construção mental de uma inteligência encarnada. Na medida em que escreve as frases dispostas em um texto o autor imprime nelas uma força mental, mais ou menos vigorosa, que fornece como que uma vida momentânea a sua criação. Se o autor apresentar mediunidade ostensiva, ao ponto de perceber a presença de outros autores desencarnados ao seu lado auxiliando na construção do texto essas criações mentais tornam-se ainda mais vigorosas.

Portanto, quando lemos essas obras e com elas sintonizamos, estamos nos contagiando pelas emoções e sentimentos que foram mentalmente impressos em cada palavra. Isto é de fundamental importância para que saibamos compreender o papel da literatura espírita.

Atualmente existe um frenesi mercadológico e muito apelo midiático por detrás das vendas de livros, as obras não são mais adquiridas por sua qualidade em si, pesando nessa escolha a fama do autor, o tema sensacionalista que nos envolva pela curiosidade ou o brilho da capa e seus adereços coloridos. A produção de um livro não é ruim em si, só que essa está longe de ser a literatura espírita pela qual os espíritos tanto trabalharam para consolidar. Uma obra deve ser avaliada pelas sensações que desperta, que sendo considerada espírita, deve ser de aspecto positivo.

Um livro que ao final nos deixe angustiado não pode ser considerado uma boa literatura, de angustias já bastam as dificuldades oriundas de nossas limitações para compreender as situações do cotidiano. Se o livro for instrutivo deve fazê-lo inspirando o bem e a vontade de aprender mais ou fazer algo de útil, seja em benefício do progresso próprio ou de nosso meio social. Se folheamos um romance que ele desperte em nós o desejo de aprender e nos aponte um exemplo de superação pessoal onde possamos renovar nossas forças para que também sejamos capazes de nos superar.

É preciso que não apenas os leitores, mas as editoras tenham atenção com aquilo que publicam, primando pela qualidade ao invés da quantidade. E o que dizer dos médiuns psicógrafos? Autores que participam sim dos projetos literários e que não podem se esconder de suas responsabilidades com aquilo que escrevem. É preciso se qualificar, refletir sobre os objetivos da obra que ajuda a produzir, assim como as sensações que esses textos podem produzir em um leitor. Essas são questões fundamentais. É preferível nada publicar do que entregar a outras pessoas para leitura material de qualidade duvidosa.

Inspirar a confusão com conceitos obtusos ou apresentar panoramas sombrios para impor medo objetivando mudar a conduta alheia não pode ser enquadrado no contexto daquilo que acreditamos ser literatura espírita. Tratar do mundo dos espíritos ou contar com o auxílio mediúnico para produzir um livro não o faz necessariamente espírita. Para ser literatura espírita, além de esclarecer e motivar é preciso falar ao coração, sustentando os caídos e estimular esperança e coragem aqueles que se encontram abatidos pelas adversidades. Mesmo um livro científico pode contribuir nesse sentido.

Entretanto, é compreensível que estejamos longe de uma literatura mais qualificada, pois nós mesmos sofremos de imensas limitações. Porém, isso não nos impede de querer melhorar e de se esforçar nesse sentido.

Ler um livro é abrir a porta da alma para as criações mentais alheias. Por isso que aprendamos a selecionar melhor a quem daremos essa autorização de adentar nossa intimidade.

sábado, 6 de outubro de 2012

INFÂNCIA E MEDIUNIDADE: RESUMO DA OBRA

Capa

O livro faz um relato romanceado da rotina de uma família de classe média, onde o menino, filho único, sofre pela falta de compreensão dos pais dos fenômenos de ordem mediúnica que se vêem envolvidos. Vê alterada sua rotina escolar, a relação com amigos e com os pais, além de imensos problemas de ordem emocional.

Acompanhando outros casos não menos complexos, mas ainda seguindo o formato de uma narrativa romanceada, François nos demonstra como o passado atua sobre a vida das crianças. Não se limitando ao contexto familiar, ele demonstra ainda que a convivência como os espíritos invade o cotidiano, adentrando o ambiente escolar e as demais atividades das crianças. Evita fazer sensacionalismo com esses relatos, apontando a naturalidade com que a convivência diária entre encarnados e desencarnados acontece, quer acreditemos nisso ou não.

Não deixa de relatar intrincados dramas do passado e seus desdobramentos na espiritualidade, traz-nos relatos de atividades mediúnicas de auxílio, bem como a situação de algumas crianças no mundo dos espíritos. Bastante cuidadoso François faz ainda uma reflexão sobre TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), levantando algumas hipóteses com as quais trabalha. Destaca sempre a importância do exemplo e o papel da educação dentro do lar no desenvolvimento infantil, afirmando que todos temos nossas responsabilidades se queremos contribuir para o progresso geral.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

LANÇAMENTO: INFÂNCIA E MEDIUNIDADE

 

Cartaz

LANÇAMENTO: INFÂNCIA E MEDIUNIDADE

 

INFÂNCIA E MEDIUNIDADE

AUTOR: Rafael de Figueiredo (espírito FRANÇOIS RABELAIS)

224 PÁGINAS

 

A editora BOA NOVA acabou de me confirmar que o livro “INFÂNCIA E MEDIUNIDADE” foi colocado a disposição dos leitores essa manhã. É possível encontrar algumas outras informações no site http://www.boanova.org.br/77396-Infancia+e+Mediunidade.htm

Assim que possível volto a postar mais detalhes sobre a obra.