quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Deus Conosco

Dentro de nós existe um conceito, que repetido através de diversas reencarnações, nos faz crer que é preciso de um templo, uma igreja ou um centro espírita para se sentir com Deus. Entretanto, diferentes espíritos compreenderam que, se existe uma atmosfera de respeito e tranquilidade em um ambiente habituado a orações, essa é a maior contribuição das instituições de pedra, também existe espaço para estar com Deus no cotidiano. Seja através do contato com a natureza, de se estar próximo de quem se ama, de favorecer companheiros necessitados, no trabalho ou no estudo. O lar é o mais valioso núcleo de reajuste de desavenças do passado, e, portanto, local de redenção. Sempre gosto de lembrar de Rousseau, que conseguiu ser muito objetivo ao nos lembrar que não precisamos de intermediários para estar com Deus, através dos espíritos que nos amam, ele está sempre seguindo nossos passos, mesmos que mergulhados em atribulações não percebamos.
O trabalho é outra importante fonte de progresso, outro local para enxergarmos a obra de Deus. Imagine o professor a guiar seus alunos para o senso do dever e do bem, trabalho redentor se bem executado, quantos erros não deixamos para trás através da vida diária, e quantos novos equívocos também cometemos. O erro é parte do processo de aprendizado, assim como a paciência e a ternura. Não existe perdão sem a compreensão de nossa própria limitação. Somos todos seres imperfeitos em caminhada, trilhando a mesma estrada, uns mais a frente, outros retardatarios, mas todos companheiros de viagem. O que Deus espera de nós é que despertemos para a necessidade de amparar uns aos outros, nos trabalho ativo do dia a dia, no ouvido que escuta, na palavra de acalma e no gesto que conforta. 
Cultivem Deus em si mesmos. Lembrem-se sempre que nunca estamos sozinhos, e que onde existe mais desespero é onde os bons espiritos mais se fazem presentes.
Luz e paz!

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Voltando a escrever


Estamos diante de um simples exercício de sintonia. Onde médium e comunicante desencarnado buscam o entrosamento para realizar tarefas mais robustas. A mediunidade, como sensibilidade, tem características inerentes ao estado biológico e evolutivo da espécie humana, mas como diferentes aspectos de nosso organismo também necessita de aprimoramento efetivo. O que buscamos realizar através de treino e prática, o candidato ao mediunato vai melhorando a capacidade de recepção. Isso se dá em duas mãos, pois o próprio desencarnado igualmente precisa de prática no exercício de se comunicar com o mundo dos encarnados. Se o sensitivo fica por determinado tempo afastado de atividades de intercâmbio mediúnico é prudente reiniciar o processo gradualmente, buscando primeiramente harmonia íntima (que será sempre uma luta constante contra si mesmo e as coisas que perturbarão sua tranquilidade na vida cotidiana), a disciplina do compromisso, o exercício de tornar a mente um campo límpido para que reflita as ideias de terceiros (no caso do espírito comunicante). Não existe trabalho ou legado mediúnico sem compromisso e prática constante. 
Em si, a busca por essas melhores condições de comunicação entre ambientes psíquicos é um bálsamo para a atmosfera íntima do encarnado. Disciplina, bons hábitos mentais, aprender a apaziguar a intimidade é um legado, um aprendizado que se tornará um hábito e se refletirá na vida diária atual e de além túmulo.
Por isso, sigamos sempre nos exercitando...
Com a benção de Deus.
Frei.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

Buscar a paz interior

As pessoas são tocadas por diversas influências, pode ser uma inclinação boa ou ruim por conta dos próprios pensamentos, ou inspirada pelo que ouviram ou escutaram no rádio ou na televisão. A leitura de um bom livro, uma boa música, tudo isso altera nosso estado de espírito. Situações desagradáveis em família ou no trabalho, conversas construtivas ou vulgares estabelecendo sintonia e convergindo numa atmosfera interior própria a cada um de nós. Os pensamentos que chegam até nós, quer percebamos isso ou não, tem correlação direta com nosso estado interior, e, crescendo em escala, geram um estado emocional coletivo. 
Se a angústia e a ansiedade se espalham entre a sociedade atual é porque não compreendemos ainda nossa própria sensibilidade e as vigorosas relações de influências mútuas em que interagimos. Que bem faria uma boa leitura, acalmar os pensamentos ou direcioná-los a nobres intenções. A compaixão para com os outros é um excelente seguro para nossa saúde interior. Aprender a tranquilizar o espírito através de bons hábitos nos traz sobriedade nos momentos de dificuldade. 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Esperança e oportunidade


Vivemos um período de mudanças, de revoluções, guerras e sofrimento. os corações angustiados nos levam a crises de ansiedade, infestando as clínicas médicas de doentes psicológicos, levando a crises de pânico, depressões e suicídios. Sim, é verdade, o panorama parece sombrio. 
Nesse contexto surgem os "falsos profetas", falsos pensadores, falsos religiosos e falsos líderes sociais e políticos. Onde existe ganância e disputa por dinheiro e poder sempre haverá egoísmo e sofrimento. Esse é o resultado das escolhas humanas, a história de nosso passado e presente. Hoje não é pior que ontem. Ou alguém pensa que os massacres romanos, egípcios, assírios, japoneses, alemães, americanos, etc. eram menos doloridos? A questão toda é de perspectiva.
A humanidade não mudou em sua busca por poder e dinheiro, nem deixou de usar mentiras e manipulações, e o resultado disso sempre será o sofrimento. E a consequência será sempre o acúmulo de dívidas morais, individuais e coletivas. É assim que o mundo progride, aproveitando-se da imperfeição de muitos, alguns espíritos ascendem moralmente, sofrendo resignados, dotados de compaixão, compreendendo que o mal existe através da falhas humanas, mas que Deus permite que essas situações sirvam de trampolim para aqueles que não se desesperam e mantém a senda do bem e do amor ao próximo. 
Portanto, seja a vela a iluminar a escuridão ao seu redor, não caindo em desespero, não se revoltando com os erros de companheiros inexperientes. Em tudo há harmonia, mesmo onde parece vigorar o caos. As tempestades sempre passam. O importante é não agasalhar a tempestade exterior dentro de si.
Fiquemos em paz!

quinta-feira, 10 de março de 2022

Em tempos de crise


O atual momento nos conclama a uma reflexão. A guerra é sempre um distúrbio coletivo, que leva a humanidade a expor seu aspecto mais primitivo. Não apenas a violência, mas também os julgamentos públicos patrocinados pela mídia, a opinião pública tomando partido sem ter base criteriosa, um verdadeiro surto, cegando e endurecendo corações.
Alguns espíritas, por desconhecimento ou levados por opiniões rasas de outros espiritas, as vezes, se posicionam, tomam partido ante a crise. Atualmente isso tem ocorrido em qualquer situação, eleições, guerras, programas de televisão. Lembrem que o Espiritismo jamais condena pessoas ou povos, culturas ou crenças. O dever do Espirita é acolher o sofredor, esclarecer o sedento de luz, não apontar o dedo e julgá-lo. Muitas vezes o silêncio é melhor conselheiro. Estimular a fraternidade, o amor ao próximo, o acolhimento, continua sendo a melhor maneira de contrariar o egoísmo, a raiva e a frustração. 
Portanto, espíritas, em momentos de crise, rezem, estendam as mãos, ajudem, mas jamais condenem ou usem o espiritismo para tomar algum partido que não seja a fraternidade e o amor ao próximo, independente das convicções dos indivíduos. Nós condenamos o mal, jamais aquele que o prática.

sexta-feira, 16 de julho de 2021

O Espiritismo e a vacinação

O Espiritismo é uma doutrina que tem sua base no amor, na fraternidade, no perdão e compreensão mútua, entretanto, a Doutrina Espírita não cria subterfúgios para minimizar a responsabilidade que nos cabe ante o esforço individual com o objetivo de progredir como indivíduos e como sociedade.
O livre arbítrio nos abre as portas para muitos argumentos e opções, mas não nos exclue da responsabilidade individual ante a convivência em sociedade. Nossa liberdade termina onde começa a liberdade do outro. Portanto, não podemos usar o argumento do livre arbítrio se essa escolha afeta um grupo ou um povo. É o primeiro argumento que o espiritismo levantaria na questão da vacinação.
Outro aspecto inconfundível é o conhecimento de que nossas atitudes sempre tem consequências. Não importa se alguém disse, se eu li num livro espírita ou se um médium comentou numa palestra, escolhas são sempre individuais e cada um de nós arcará com as consequências. Se eu tenho um remédio e estou doente, talvez a lei humana me permita escolhas, até recusar o tratamento. Porém, se eu piorar ou vier a desencanar obviamente terei que assumir a responsabilidade por minha escolha. Se me impuser um auto flagelo desnecessário vou arcar com as consequências disso. Escolhi passar por isso, e não poderei reclamar do resultado após o desencarne. Em uma epidemia existe o agravante da minha escolha ter vitimado alguém que não optou por sofrer, que teria tomado o remédio se assim pudesse, mas foi afetado por minha escolha.
Como veem a questão é objetiva, mas suas consequências são complexas. Podemos sempre contar com a misericórdia divina e com o auxílio de nossos irmãos caridosos para mitigar nosso sofrimento, mas devemos refletir bem sobre nossas escolhas.

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Aprender a conviver

Saber conviver é uma das tarefas mais difíceis da existência humana. Devemos ceder, dialogar, perdoar e pedir perdão. Personalidade difícil, mau humor, todo tipo de dissabores nos acometem quase que diariamente. Mais difícil ainda a convivência com espíritos que vivem sob o mesmo teto, com seus caprichos e vontades imaturas que se entrechocam com as nossas próprias mazelas. Conviver, enfrentar o desafio diário, ceder e perdoar, por si só é uma grande conquista para o progresso individual. Quantos espíritos alcançaram êxitos formidáveis no contexto social, mas não foram capazes de conviver na intimidade familiar. Portanto, entenda, a maior de todas as conquistas é aquela que obtemos intimamente.