sexta-feira, 24 de junho de 2011

O JOVEM E O CENTRO ESPÍRITA

Muito sensata a opinião de Raul Teixeira, eu sou um exemplo desse comportamento. Com 20 para 21 anos comecei a psicografar, e lá se vão 10 anos, porém as portas não estão sempre abertas no movimento Espírita para os jovens. Se eu não tivesse encontrado um agrupamento simples e dotado de bom senso talvez eu não houvesse publicado nenhuma obra mediúnica. A obstrução da juventude no centro espírita acontece em larga escala, como se fosse necessário apresentar cabelos brancos para possuir juízo e responsabilidade. A prudência é bem vinda e sensata no Espiritismo, mas a desconfiança sistemática que a juventude é vítima no movimento espírita envelhece e paralisa seu pleno desenvolvimento.

Não devemos sem critério entregar responsabilidades superiores aos jovens servidores do bem, mas analisar cada caso e deixar que sigam seu desenvolvimento natural, por seu próprio mérito e esforço. Somos responsáveis pelas dificuldades e impedimentos que colocamos no caminho do jovem no centro espírita, sejamos prudentes para que nossa consciência não se levante contra nós mais tarde.

sábado, 18 de junho de 2011

VOSSOS FILHOS E VOSSAS FILHAS PROFETIZARÃO.

Um relato de Allan Kardec, constando na Revista Espírita de 1865:

O Sr. Delanne, que muitos de nossos leitores já conhecem, tem um filho com a idade de oito anos. Esse menino que ouve a cada instante falar de Espiritismo em sua família, e que freqüentemente assiste às reuniões dirigidas por seu pai e sua mãe, assim se achou

iniciado em boa hora na Doutrina, e, às vezes surpreende com a justeza com a qual raciocina os princípios. Isto nada tem de surpreendente, uma vez que é o eco das idéias nas quais foi embalado, também não é o objetivo desse artigo; o que o trouxe na matéria do fato que vamos reportar, é que tem seu propósito nas circunstâncias atuais.

As reuniões do Sr. Delanne são graves, sérias e mantidas com uma ordem perfeita, como devem ser todas aquelas às quais se quer fazer tirar frutos. Se bem que as comunicações escritas ali tenham o primeiro lugar, ocupa-se também acessoriamente, e a título de instrução complementar, de manifestações físicas e tiptológicas, mas como ensinamento, e jamais como objeto de curiosidade. Dirigidas com método e recolhimento, e sempre apoiadas em algumas explicações teóricas, estão nas condições desejadas para levar a convicção pela impressão que elas produzem. É em tais condições que as manifestações físicas são realmente úteis; elas falam ao Espírito e impõem silêncio à zombaria; sente-se em presença de um fenômeno do qual se entrevê a profundeza, e que

se afasta até da idéia do gracejo. Se essas espécies de manifestações, das quais se tem tanto abusado, tivessem sempre se apresentado dessa maneira, em lugar de ser como divertimento e pretexto de questões fúteis, a crítica não as teria taxado de malabarismos; infelizmente, freqüentemente, não se tem senão lhe dado ensejo.

O filho do Sr. Dalanne se associa freqüentemente a essas manifestações, e influenciado pelo bom exemplo, as considera como coisa séria.

Um dia se achava na casa de uma pessoa de seu conhecimento, jogavam no pátio da casa com sua pequena prima, com idade de cinco anos, dois pequemos garotos, um de sete anos outro de quatro. Uma senhora moradora no térreo, convidou-os a entrar em sua casa, e lhes deu bombons. As crianças, como delas se pensa bem, não se fizeram de rogadas.

Essa senhora disse ao filho do Sr. Delanne:

Como te chamas, meu filho?

- Resp. Eu me chamo Gabriel, senhora.

- Que faz teu pai?

- R. Senhora, meu pai é Espírita.

-Eu não conheço essa profissão.

- R. Mas, senhora, isso não é uma profissão; meu pai não é pago por isso; ele o faz com desinteresse e para fazer o bem aos homens.

- Meu homenzinho, não sei o que quereis dizer.

- R. Como! jamais ouvistes falar das mesas girantes?

– Pois bem, meu amigo, eu muito gostaria que teu pai viesse aqui para fazê-las girar.

- R. É inútil, senhora, tenho a força de fazê-las girar eu mesmo.

- Então, queres tentar, e me fazer ver como se procede?

- R. De bom grado, senhora.

Dito isto, sentou-se junto de uma mesinha de salão, e fez colocar seus três pequenos companheiros, e hei-los todos os quatro pousando seriamente suas mãos em cima. Gabriel fez uma evocação de um tom muito sério e com recolhimento; apenas terminou-a, com a grande estupefação da senhora e das crianças, a mesa se levantou e bateu com força.

- Perguntai, senhora, disse Gabriel, quem vem responder pela mesa.

- A vizinha interroga, e a mesa soletra as palavras: teu pai.

- Essa senhora torna-se pálida de emoção. Ela continua: Pois bem! meu pai, quereis me dizer se devo enviar a carta que acabo de escrever?

- A mesa respondeu: Sim, sem falta.

- Para me provar que és bem tu, meu bom pai, quem está aqui, gostaria que me dissésseis há quantos anos morrestes?

- A mesa bateu logo oito golpes bem acentuados. Era justo o número de anos.

- Gostarias de me dizer teu nome e o da cidade onde morreste?

- A mesa soletrou esses dois nomes.

As lágrimas jorraram dos olhos dessa senhora que não pôde continuar, tanto foi alterada por essa revelação e dominada pela emoção.

Seguramente, este fato desafia toda suspeição de preparação do instrumento, de idéia preconcebida, e de charlatanismo. Não se pode mais colocar os dois nomes soletrados à conta do acaso. Duvidamos muito que essa senhora teria recebido uma tal impressão numa das sessões dos Srs. Davenport, ou qualquer outro do mesmo gênero.

De resto, não é a primeira vez que a mediunidade se revela nas crianças, na intimidade das famílias. Não é isso o cumprimento desta palavra profética: Vossos filhos e vossas filhas profetizarão. (Atos dos Apóstolos, cap. II, v. 17.)

ALLAN KARDEC

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Código Internacional de Doenças (OMS) Inclui Influência dos Espíritos - Medicina Reconhece Obsessão Espiritual

Por Dr. Sérgio Felipe de Oliveira*

A obsessão espiritual como doença da alma, já é reconhecida pela Medicina. Em artigos anteriores, escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito.


No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não a vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.

Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem-estar do ser humano integral: biológico, psicológico e espiritual.

Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado de transe, que é um item do CID - Código Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.

O CID 10, item F.44.3 - define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.

Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença.

Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos - nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual.

Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.


O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.


- Na Faculdade de Medicina DA USP, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, que coordena a cadeira (HOJE OBRIGATÓRIA) de Medicina e Espiritualidade.

- Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.

- Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, lamentavelmente o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.

Em minha prática clínica (também praticada por Ian Stevenson), a grande maioria dos pacientes, rotulados pelos psiquiatras de "psicóticos" por ouvirem vozes (clariaudiência) ou verem espíritos (clarividência), na verdade, são médiuns com desequilíbrio mediúnico e não com um desequilíbrio mental, psiquiátrico. (Muitos desses pacientes poderiam se curar a partir do momento que tivermos uma Medicina que leva em consideração o Ser Integral).

Portanto, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo.

*Dr. Sérgio Felipe é médico psiquiatra que coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP.


Fonte: Site da Federação Espírita Brasileira - FEB

http://www.febnet.org.br/site/noticias.php?CodNoticia=903

segunda-feira, 6 de junho de 2011

NOVIDADES

Uma boa noite aos amigos leitores e seguidores do blog.

As atividades e responsabilidades tem crescido muito nesses últimos meses. No princípio nosso blog serviria para atender aos leitores das obras publicadas que nos dirigiam questionamentos. Criar o blog nos pareceu a forma ideal de se aproximar desses leitores. Atendida essa expectativa e motivado pela espiritualidade, assumimos a responsabilidade de patronar o movimento espírita nos países de idioma russo, o que vem sendo feito de modo sério e gradual. A criação do blog em russo nos aumentou enormemente as atividades, pois precisavamos escrever textos e responder questionamentos em um idioma que ainda estou longe de dominar. Se não fosse o auxílio de minha esposa que faz toda a tradução para o russo esse trabalho seria inviável.

Hoje tivemos o empurrão que faltava por parte da espiritualidade para a criação do blog em francês. A partir dessa nova etapa de difusão do Espiritismo que estamos engajados um novo campo de ação se abre exigindo maior dedicação e mais do que nunca seriedade. Com a nova reformulação na estrutura dos blogs ficará mais fácil ao público leitor a navegação nos diferentes blogs. Todos os 3 blogs estão vinculados entre si e sob minha supervisão direta. Vamos evitar publicar textos de diferentes idiomas no mesmo blog, criando canais exclusivos para “speakers” de português, russo e francês. Agradecemos a participação de todos os amigos que nos acompanham diariamente. Vocês são a razão desses blogs existirem.

Que os amigos espirituais assistam a todos nós em nossos intuitos de fazer o bem ao próximo.

Fraterno Abraço,

Rafael

sábado, 4 de junho de 2011

Привилегия служения: Альберт Швейцерр

Альберт Швейцер

1875-1965 гг.

Проходящие годы оставляют на всём теле морщины, но впадать в уныние – значит, создавать морщины в душе. Тот, кто говорил это, дорогой читатель, хорошо знал, о чём говорил.

Для него всегда найдётся место среди великих личностей 20-го века: Альберт Швейцер (1875-1965). Он тот, кто никогда не терял оптимизма. Полный доброй воли, он был редким человеком многогранной деятельности. Артист и мыслитель, а также человек действия. Доктор философии и теологии, уроженец Эльзаса и сын пастора, он очень рано начал писать. Он опубликовал блестящие труды о жизни Иисуса. Выдающийся органист, он был великим почитателем Баха (1685-1750), чьи произведения он популяризировал через свои благородные учения, посвятив себя композиции.

В 30 лет он мог считать себя счастливым человеком и посвятить себя ремеслу музыканта, теологии и письму, как слишком неблагодарным видам деятельности. Ему были открыты пути славы и богатства. Тем не менее, в своих мемуарах, он писал:

«Раздавленный весом такого великого счастья, я спрашивал себя, достоин ли я быть счастливым. Право на счастье, эта проблема в моей внутренней жизни, превратилась в настолько важную тему, что я оказался охваченным сочувствием за все страдания, царившие в мире.

Это чувство и этот вопрос определили своей взаимной реакцией мою концепцию жизни и оставили след в моей судьбе. Я отдавал себе отчёт в том, что у меня не было права принимать все эти дары – счастье, здоровье и способность трудиться.

Глубокое сознание своих привилегий давало мне понять, с каждым днём всё яснее, слова Иисуса: «Мы не имеем права жить для самих себя». Тот, кто обладает привилегиями, должен делить их с другими, чтобы все были равными. Тот, кому не знакомо страдание, должен внести свой вклад в облегчение страданий своего ближнего. Мы все должны попытаться понять страдания других и разделить с ними их боль.

Швейцер мог распространять свои идеи на больших площадях Европы благодаря своему дару оратора и писателя, но ему уже этого не хватало. Надо было выходить из счастливой земли и идти навстречу страждущим существам.

Предпринимая это, он нуждался в том, чтобы поставить на службу добру религиозные теории установления божественных законов. Медицина показалась ему достойной площадкой. Таким образом, не колеблясь, он осуществил на практике свой проект, который он лелеял с детства: стать врачом.

clip_image008clip_image006

 

В 30 лет он вновь сел на студенческую скамью университета и записался в медицинскую школу Страсбурга. Его семья и его известные друзья: Ромен Роллан (1866-1944), французский писатель, и Шарль Мари Видор (1844-1937), французский композитор и органист, его преподаватель музыки, осудили эту идею.

Видор от имени всех выразился следующим образом:

«Вы словно генерал, идущий на фронт с винтовкой».

Но Швейцер хорошо знал, чего хотел. Непоколебимый, он предался учёбе и делал большие усилия, чтобы примирить учёбу со своей деятельностью. Получив свой диплом, он уехал в Африку со своей супругой Элен Бресслау, которая во всём разделяла его идеи. Он откладывал деньги, заработанные своими концертами и конференциями. Сэкономленные средства использовались для строительства больницы, предназначенной для больных в Ламбаренэ (Габон).

Таким образом, он осуществил своё самое дорогое желание: служить людям.

Он это делал с такой преданностью и любовью, что в 1952 году ему была присуждена Нобелевская премия мира в знак признания его работы. Его кончина в 1965 году стала событием в международной прессе.

Врач и музыкант-миссионер, Альберт Швейцер скончался в возрасте 90 лет в Габоне, в Ламбаренэ.

В течение полувека он служил африканскому народу с беспримерной преданностью. Великий доктор тихо ушёл из жизни под аккорды Баха, которого он так любил и виртуозно исполнял. Прекрасный музыкант, замечательный оратор, блестящий писатель, эрудит в теологии, он навсегда останется в нашей памяти.

Он достиг высшего подъёма (реализации), близкой к Иисусу: забыть о себе самом ради тех, кто страдает.

Морщинистое тело от пребывания в течение десятков лет под ослепительным африканским солнцем. Душа без единого пятнышка, питаемая светом блага.

В спиритическом учении Аллан Кардек классифицирует эгоизм как элемент, порождающий все несчастья человечества. Провозглашая лозунг: «Вне милосердия нет спасения», он представил нам путь, ведущий победе над ним. По мере того, как мы стараемся помогать ближнему, мы начинаем сражаться с ним и побеждать.

Такие Духи, как Альберт Швейцер, с детства обладают чувством верного направления. И ориентируются на добро. Совершенно вписываясь в цели существования, эти Духи уже рождаются с призванием к труду на благо ближнего. Отрекаясь от эгоизма, они не могли бы поступить иначе.

Автор: Ришар Симонетти; Журнал: Реформадор,

n° 2142, сентябрь 2007 года.

clip_image009